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“Veja” diz que Renan ajudou Serys no processo das sanguessugas

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O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, ajudou a senadora Serys Slhessarenko (PT) a “enterrar” o processo de cassação que seria aberto na Comissão de Ética e Disciplina por envolvimento na “máfia das sanguessugas”. Por conta disso, a senadora de Mato Grosso teria votado pelo arquivamento do processo de cassação contra o senadora alagoano, acusado de quebra de decoro parlamentar. Renan foi denunciado por ter a pensão da filha que mantém com a jornalista Mônica Veloso paga por um lobista ligada a uma empreiteira. Desde a decisão do Senado Federal, em votação secreta, Serys tem evitado se pronunciar sobre o assunto.

A história do voto de Serys, de acordo com a revista, seria de gratidão ao senador Calheiros. No ano passado, o nome da senadora foi incluído na lista dos parlamentares que integravam a “máfia das sanguessugas” – um dos fatores que contribuiu de forma decisiva para seu desempenho ruim nas urnas, na eleição para o Governo do Estado. O genro da senadora, Paulo Roberto Ribeiro, e o funcionário de gabinete em Brasília, João Policena, foram acusado de ter recebido dinheiro da Planan, que operava os esquemas de compra e venda de ambulâncias com verbas do Ministério da Saúde provenientes das emendas do Orçamento.

Na época, o processo acabou arquivado por “falta de evidências”. O senador Paulo Octávio, então relator do processo contra a senadora no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, chegou a considerar preocupante a relação mantida entre o funcionário do Senado e ex-assessor de Serys, João Policena Rosa Neto, e Darci Vedoin, sócio proprietário da Planam, a empresa líder da “máfia das ambulâncias”. Segundo o senador, em depoimento no conselho, a ex-secretária da Planam, Maria Estela da Silva, disse que Policena ligava para o celular pessoal de Darci.

Policena disse em seu depoimento que era ele o responsável pela formulação do texto das emendas orçamentárias assinadas pela parlamentar. O servidor admitiu conhecer pessoalmente os Vedoin, mas negou que os empresários tenham feito cobranças a ele em relação à execução das emendas da parlamentar. No entanto, reconheceu ter encontrado Luiz Antonio Vedoin, filho de Darci, entre o final de 2005 e o início de 2006 nos corredores do Congresso, e que conversou sobre a não-execução das tais emendas. O servidor considerou o diálogo “um comentário do empresário” e não “uma cobrança”, como havia classificado o relator do processo, senador Paulo Octávio (PFL-DF), ao perguntá-lo sobre o encontro. Policena também disse que já foi à Planam a convite de Darci, de quem é amigo desde 1996.

Policena lembrou que, de acordo com dispositivo constitucional, 30% das emendas orçamentárias deveriam ser obrigatoriamente alocadas para a área da saúde e que as elaborava de uma maneira genérica para uso na “reestruturação de unidades de saúde”, para poder abranger outras melhorias para o posto de saúde, além da compra de ambulâncias. Ele informou que a senadora lia e analisava a documentação de todas as emendas antes de assiná-las, que sempre buscava atender às demandas de todos municípios do estado, sem destacar nenhuma localidade em especial.

Policena afirmou ainda conhecer Paulo Roberto, genro da senadora, a quem os Vedoin acusam de receber R$ 35 mil em dinheiro, a título de propina pela apresentação de emendas. O ex-assessor, exonerado do gabinete de Serys depois de ter seu nome envolvido no escândalo, disse não se recordar da presença dos empresários Vedoin na sala da parlamentar. Policena trabalhou para outros senadores pelo Mato Grosso, inclusive o ex-senador Carlos Bezerra também citado nas investigações.

“Renan articulou com sucesso para livrar a senadora de um processo de cassação e nunca revelou os detalhes do que sabe sobre o envolvimento dos petistas com os sanguessugas” – diz a revista. Serys rebateu a revista: “Renan nunca me ajudou e eu nunca precisei de ajuda porque sou inocente”.

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