O criador do projeto Ferrogrão, ferrovia projetada para ligar Sinop ao porto de Miritituba (Pará), Guilherme Quintela, fará palestra amanhã (23), às 17h, na câmara, para abordar a atualização no projeto original, após as decisões do STF e da Agência Nacional de Transportes Terrestre e debater com lideranças políticas, empresariais e de entidades. “O Quintela é o idealizador e já vem fazendo um trabalho conosco desde 2017, já conhece toda essa região, já tem uma relação muito grande com todos os setores que serão, digamos assim, contemplados, e nada melhor do que ele vir aqui e explanar para as pessoas, as empresas, a classe política, empresarial, comercial, setorial, tecnológica, do que está acontecendo efetivamente”, disse, ao Só Notícias, o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Pedro Serafini.
A ferrovia escoaria mensalmente milhares de toneladas de grãos, madeira e demais produtos até portos paraenses (reduzindo frete para o produtor) e, dela, para clientes na Ásia, Europa e África, transportaria até Sinop e região diversos insumos. A estimativa é que cada viagem de trem levaria o mesma quantidade de 400 carretas.
Com 933 km de extensão, o projeto da construção de uma ferrovia fortalecerá o escoamento de soja, milho, madeira e outros produtos do Nortão, reduzindo custos com frete e da importação de diversos produtos usados por agricultores e industriais.
O projeto da ferrovia ficou travado por mais de três anos após o PSOL ajuizar ação que questiona o traçado e impactos ambientais no parque nacional do Jamanxim, no Pará, que teria cerca de 860 hectares de sua área destinada para os trilhos da ferrovia que passariam próximos de seis áreas indígenas.
Em maio do ano passado, o STF determinou novos estudos feitos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres e foi encaminhado à corte para análise. O projeto original, iniciado em 2014, teria investimentos de empresas gigantes do agronegócio e do governo federal. Devido aos ajustes no traçado, não foi apresentada nova estimativa financeira dos investimentos mas levantamentos extras-oficiais indicam que poderia se aproximar de R$ 30 bilhões e levaria mais de 10 anos para ficar pronta, assim como os terminais de cargas e descargas.
O evento amanhã em Sinop é realizado pela prefeitura e entidades.
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Traçado do primeiro projeto