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IBOPE aponta que eleitores estão desapontados mas ainda acreditam nas eleições

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Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/arquivo)

O eleitor está desapontado e com visões conflitantes com relação às eleições de 2018. Ao mesmo tempo em que se acredita no poder de mudança das eleições, as expectativas com relação às eleições de 2018 são pessimistas em razão do alto descrédito com a classe política. A corrupção é a principal razão da elevada proporção de eleitores com intenção de anular seu voto ou votar em branco.

Os brasileiros, em sua maioria, acreditam que as eleições podem melhorar o país (70% concordam totalmente ou em parte com essa afirmativa) e, sobretudo, que o voto de cada brasileiro importa (85% concordam com essa afirmativa). Não obstante, parcela importante da população está pessimista com relação às eleições de 2018 e mais de dois terços dos brasileiros não iriam votar, se pudessem. O pessimismo deve-se à corrupção e ao descrédito na classe política e se reflete no baixo interesse nas eleições.

Apesar do baixo interesse, seis em cada dez entrevistados pretendem prestar muita atenção aos candidatos. O principal meio de comunicação que os eleitores utilizam para a obtenção de informações e notícias sobre os candidatos é a televisão, opção apontada por 62% dos entrevistados. Em seguida estão os canais/portais de jornais e notícias, com 33%, e os blogs e redes sociais, com 26%. As fontes tradicionais de notícias (televisão, rádio e jornais e revistas impressas) são as mais utilizadas pelo eleitor na obtenção de informações sobre os candidatos e suas propostas: 71% dos entrevistados se utilizam de pelo menos uma dessas fontes, ainda que também possam utilizar as demais. Os que utilizam apenas as fontes tradicionais são 38%.

A população ainda não conhece todos os pré-candidatos à presidência, nem sabe o número de
postulantes. Ainda que os candidatos à Presidência da República não estejam oficialmente definidos, na pesquisa de intenção de voto com base em um disco (cenário 1) com 19 nomes, a liderança é de Jair Bolsonaro (17%), ainda que tecnicamente empatado com Marina Silva (13%), no limite da margem de erro da pesquisa. Na pergunta estimulada, com a participação do ex-presidente Lula como provável candidato do PT (cenário 2), a liderança é do ex-presidente, com 33% das intenções de votos.

Na pergunta de resposta espontânea a liderança também é do ex-presidente Lula, com 21% das menções. Entre os entrevistados que escolheram um candidato, no cenário 1, quase metade (46%) afirma que é uma escolha de momento ou uma preferência inicial. A escolha é definitiva para 27% daqueles que apontaram um candidato. A indefinição deve-se, ainda que em parte, ao pouco conhecimento com relação às propostas dos candidatos. Aqueles que gostam do candidato e apoiam suas ideias somam 38%; os demais não conhecem ou ainda têm dúvidas com relação às ideias do candidato, ou mesmo o escolheram por não gostar dos demais postulantes.

Chama atenção o elevado percentual da população com intenção de votar em branco ou nulo. O percentual está bem acima dos apurados nos meses de junho das eleições de 2002 a 2014. Por trás desse fenômeno está a corrupção.

As principais razões dos eleitores para anular seu voto ou votar em branco são o sentimento de que todos os candidatos são corruptos, que não acredita ou confia em nenhum candidato e por acreditar que nenhum resolverá os problemas do país.

Importância
O brasileiro, de maneira geral, acredita nas eleições e na importância do voto. A maioria dos eleitores crê que as eleições de 2018 podem melhorar o Brasil: 46% concordam totalmente com a afirmação que “a eleição tem o potencial de mudar o país para melhor”; outros 24% concordam parcialmente. Cabe ressaltar que aproximadamente três em cada dez eleitores (28%) discordam totalmente ou em parte da afirmação.

Para a população, o voto de cada brasileiro importa. Cerca de 7 em 10 entrevistados (69%) concordam totalmente com essa afirmação e 16% concordam parcialmente, enquanto são 14% os que discordam, total ou parcialmente.

Os brasileiros com educação superior acreditam mais na capacidade da eleição mudar o país para melhor (76% concordam totalmente ou em parte com a afirmativa). Com relação ao nível de renda, para 83% dos entrevistados com renda familiar acima de cinco salários mínimos a eleição tem potencial de mudar o país para melhor e 88% concordam totalmente ou em parte que o voto de cada brasileiro importa.

Os residentes no interior (73%) e nas cidades pequenas (74%), com até 50 mil habitantes, são os que mais acreditam nas eleições. Entre as regiões geográficas do Brasil, a mesma percepção pode ser observada entre os residentes do Nordeste, onde 75% concordam totalmente ou em parte que a eleição pode mudar o país para melhor, em comparação com 71% na região Sul, 70% no conjunto das regiões Norte/Centro-oeste e 67% na região Sudeste.

A informação é da assessoria do Ibope.

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