O deputado Pedro Henry (MT), ex-líder do PP na Câmara, pediu hoje à comissão de sindicância da Câmara o arquivamento do processo movido contra ele por falta de decoro parlamentar, depois de ser acusado pelo presidente licenciado do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), de recebimento de mensalão.
Henry argumentou que apenas entrou na lista elaborada pelas Comissões Parlamentares de Inquérito dos Correios e do Mensalão porque Jefferson o acusou, mas disse que o petebista não apresentou nenhuma prova contra ele.
Jefferson citou o ex-líder como participante de uma reunião do PTB, na qual foi discutida a possibilidade de o partido aderir ao mensalão. Entretanto, de acordo com Henry, após três meses de investigações pelas CPIs, pela Procuradoria da República e pela corregedoria da Câmara, não foi produzido nenhum indício de que ele tivesse recebido recursos. “Eu não apareço na lista de recebimento do Banco Rural; eu não estou na agenda da secretária Fernanda Karina (de Valério) e não estou na lista de Marcos Valério, ou seja, eu não estou em lugar nenhum”, afirmou Henry. “Se a palavra de um deputado contra outro for suficiente para abrir processo disciplinar, esta Casa vai virar o samba do crioulo doido”, disse.
A comissão de sindicância vai ouvir, ainda hoje, a defesa do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). A Mesa da Câmara abriu prazo de cinco sessões para receber a defesa dos deputados, depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, ter atendido a pedido de deputados petistas envolvidos no escândalo e suspendido a tramitação dos processos para que eles tivessem mais tempo para sua defesa.