A corrente Utopia e Vida do PT, mobilizada pela vice-presidente do diretório estadual do partido, professora Enelinda Scala, cobra do presidente regional da legenda, deputado federal Carlos Abicalil, que retire a assinatura da representação que pede o afastamento e quebra de sigilo telefônico do juiz federal Julier Sebastião da Silva e do procurador da República, Mário Lúcio Avelar. O documento deverá ser apresentado aos demais grupos internos da sigla.
A representação, elaborada pelo deputado federal Pedro Henry (PP), já foi protocolada junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP). Defendendo a atuação da PF e do Ministério Público Federal, principalmente em relação à operação Jurupari, Enelinda afirma na carta que Abicalil não poderia ter “desmerecido” o rigor com que a Justiça conduziu a investigação, já que se imaginava que o caso terminaria em pizza. “Ele (Abicalil) deveria ficar isento em uma representação que poderá contribuir com interesses espúrios e novos privilégios de várias pessoas que figuram entre os relacionados na ficha suja deste Estado”, diz trecho do documento.
O grupo avalia que a conduta de Abicalil em apoiar algo sem antes consultar amplamente a Executiva Regional contraria a história do partido e fere o Código de Ética. No documento, Enelinda e demais membros da ala petista exige explicação do dirigente da sigla e pede que ele (Abicalil) se afaste “daqueles que estão sendo processados por improbidade administrativa, prevaricação e utilização de prestígio e privilégios”.
Os miltantes discordam ainda do argumento dado por Abicalil de que assinou como deputado e não como presidente do PT. “A justificativa pública do deputado não convence a ninguém: é brincar com os cidadãos e cidadãs”.
