O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antônio Pagot (PR), tinha seus passos monitorados pelo grupo criminoso comandado pelo bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”. É o que revela a edição desta semana da revista IstoÉ. Segundo a publicação, Pagot foi monitorado clandestinamente por pelo menos dois anos, enquanto estava a frente da autarquia federal, que tinha um orçamento anual estimado em R$ 10 bilhões.
“‘Tem mais de um ano que o tal do Pagot tá no grampo, entendeu?”, conta o espião Dadá ao bicheiro, em 11 de julho de 2011. Questionado por ISTOÉ, Pagot confirmou que, quando estava no comando do Dnit, foi informado por um delegado amigo sobre a existência de grampos no gabinete em Brasília e em seu escritório em Cuiabá. A deflagração da Operação Monte Carlo indica que Cachoeira trabalhou pela demissão de Pagot e da cúpula do Ministério dos Transportes. Agora, suspeita-se que a Delta pode ter tido acesso a informações privilegiadas de dentro do Dnit, responsável pelas maiores obras da empreiteira”, aponta um trecho da reportagem.
Em uma entrevista a revista, o ex-diretor do Dnit disse que sabia do grampo, mas primeiramente pensou que ele seria “oficial”, ou seja, por parte da polícia com autorização judicial. “Agora acho que não era a Polícia Federal que estavam me grampeando. Provavelmente, um trabalho escuso de alguns agentes da própria PF”, afirmou à revista.
Conforme Só Notícias já informou, Pagot afirmou que o grupo comandando por Cachoeira foi o responsável por sua queda à frente do Dnit. Ele chegou até a acusar o deputado federal mato-grossense Wellington Fagundes (PR) de fazer parte do complô para derrubá-lo. Ele afirmou que o republicano fazia parte do grupo de deputados que faziam o “jogo das empreiteiras”. Já o deputado federal negou, por meio de nota oficial, que teria feito lobby para a empreiteira.
