O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio Cézar Corrêa, revelou, em uma gravação, que omitiu informações sobre os crimes relatados no seu acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República. Silvio foi gravado pelo ex-secretário de Indústria e Comércio Alan Zanatta, sem seu conhecimento, e citou indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes e afirmou que só delatou “coisas que quis”. "Só isso, só isso e falei algumas coisas que eu quis. Só", diz trecho do áudio. Silvio diz ainda que é dono de um garimpo, informação omitida da PGR. "…o momento é.. complicado para todo mundo (…) mas, também acho que ele não tem essa mobilidade que ele tinha antigamente. Mas pelo menos tô com um garimpo né", diz. A informação é do jornal Folha de São Paulo. As declarações de Silvio representam risco de anular os termos de acordo da delação de Silval e dele.
Na gravação, que teria sido feita no último dia 28, ele também diz que o valor que deveria devolver para os cofres públicos, R$ 500 mil, seria pago por Silval, diferente do que consta no acordo de delação.
Silvio, que gravou deputados estaduais, ex-deputados – dois deles hoje prefeitos (Cuiabá e Juara) teve seu acordo de delação premiada homologado pelo ministro Luiz Fux, do STF, assim como o ex-governador. Com relação ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), que aparece recebendo maços de dinheiro das mãos de Silvio, o delator disse que a gravação foi feita em um contexto diferente.
Além disso, diz que as imagens foram incluídas na delação para as denúncias ganharem mais visibilidade, visto que trata-se de um prefeito. Todo o áudio relatando as ilegalidades de Silvio foi apreendido na casa do prefeito Emanuel Pinheiro, semana passada, durante a 12ª Fase da Operação Ararath, denominada Malebolge.