O clima tenso entre os parlamentares em Brasília aumenta ainda mais depois da revelação do presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), de que descobriu há dez dias que estava sendo grampeado. Ontem, o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que está convencido de que seu celular está grampeado. As denúncias sobre escutas telefônicas partiram do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que foi seguido pelo deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
Izar afirmou que havia escutas no seu celular e nos telefones de sua casa e de seu escritório em São Paulo, segundo a Globonews. Ele disse que acionou a Polícia Federal para retirar os grampos e investigar o caso. O relator da CPI dos Correios quis ser cauteloso e preferiu não dizer quem estaria por trás do grampo.
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) denunciou hoje, durante discurso na tribuna da Câmara, que a sua vida estaria sendo investigada por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a assessoria de imprensa do deputado, ele desconfia que a Abin teria instalado grampos em seus telefones. O deputado pediu providências ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
ACM Neto chegou a dizer que se juntaria a Arthur Virgílio, que na segunda-feira denunciou que sua família estava sendo investigada e afirmou que daria uma “surra” no presidente Luiz Inácio Lula da Silva se algo acontecesse com seus parentes.
A Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou na tarde desta terça-feira nota oficial na qual negou que a Abin tenha grampeado os telefones do deputado federal ACM Neto (PFL-BA), como denunciou o parlamentar.