Governador Silval Barbosa (PMDB) anunciou a construção do pacto por Várzea Grande, uma estratégia que visa unir partidos da oposição e da situação na Câmara com a meta de acabar com a celeuma que se arrasta na cidade na batalha travada entre o Legislativo e a prefeitura, sob o comando do prefeito em exercício, Sebastião Gonçalves (PR), o Tião da Zaeli. Ele atende a pedido feito pelo coordenador da bancada federal e presidente regional do PR, Wellington Fagundes, que quer interferência do Estado no município. Silval rejeitou o termo "intervenção", por entender que a cidade pode encontrar consenso. A unidade será buscada nos próximos dias, através de encontro com todos os representantes das bancadas e ainda do gestor republicano.
O assunto foi discutido entre Wellington e Silval exaustivamente, durante o fim de semana, em Rondonópolis e ainda na tarde de ontem, em reunião no Palácio Paiaguás. Na semana passada, após receber o pleito do parlamentar, o governador havia declarado apoio ao município por meio de obras. Mas resolveu atuar de forma mais incisiva sobre esse cenário depois de avaliar os reflexos para a população da continuidade do imbróglio na cidade, gerado pelo enfrentamento de Poderes.
Wellington reforçou apelo pela interferência direta do governador, destacando os prejuízos vividos pela população e ainda os riscos em relação à execução das obras delineadas para a Copa de 2014. O parlamentar frisou a necessidade de se garantir o fim do impasse, sob pena de a cidade amargar perdas irreparáveis, se referindo ao contexto de recursos relativos ao Mundial previstos para a cidade vizinha. O governador não mencionou data para o encontro com parlamentares e o prefeito, mas destacou a importância da celeridade do trâmite do tema. A direção republicana discute possíveis sanções para a bancada na Câmara, que poderá ter que responder por infidelidade partidária. No legislativo, o PR contabiliza quatro representantes atuais: os vereadores Antônio Cardoso, Domingos Sávio, Wanderley Cerqueira e a suplente Cely Barros, no exercício do mandato. Dois republicanos ocupam pastas no primeiro escalão, sendo Charles Caetano e Wilton Coelho, na gerência das áreas de Governo e de Educação, respectivamente.
Antes de assumir posto no staff, Charles então líder do governo no legislativo, e os demais republicanos afunilaram discurso com os demais vereadores, formando coro unânime de 13 parlamentares que votaram pelo afastamento do então prefeito, Murilo Domingos e do vice, Tião da Zaeli, no dia 2 de março deste ano. Na mesma sessão, eles rejeitaram as contas de governo referente ao exercício de 2009, sob parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado (TCE).