A comitiva de Mato Grosso, liderada pelo vice-governador e secretário de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, participou de duas importantes reuniões hoje, em Londres, na Inglaterra. As agendas priorizaram a apresentação da estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) de desenvolvimento sustentável a novos investidores e parceiros internacionais.
Fávaro destaca que os R$ 170 milhões do contrato com o banco alemão KfW e o governo de Londres, assinado ontem, é apenas o começo de uma nova fase para Mato Grosso, pois novos recursos devem aportar nos próximos anos permitindo um modelo de produção cada vez mais moderno e alinhado com o mercado de global, que está mais exigente.
“Nossa estratégia PCI é inovadora, pois vai permitir tirar o enfoque no combate ao desmatamento apenas das estratégias de comando e controle e repressão, para promover a inclusão social e as oportunidades econômicas para os povos que vivem na Amazônia. Tive a oportunidade de explicar para esse público seleto um pouco sobre nossos avanços, as metas que são ambiciosas, de zerar o desmatamento ilegal até 2020, e também frisei a importância do apoio deles, porque todas essas mudanças exigem alto investimento”, declarou Fávaro, por meio da assessoria.
No primeiro evento, o Innovation Fórum, que também contou com a presença do governador do Pará, Simão Jatene, e sua comitiva, o enfoque foi para pesquisas e desenvolvimento tecnológico voltados à sustentabilidade e conservação das florestas. A questão era ‘Como as empresas podem enfrentar o desmatamento’. Participaram multinacionais como a Unilever, Carrefour, McDonald's, Danone, Bunge, que são consumidoras de produtores de origem mato-grossense.
O secretário executivo da Sema, André Baby, pontua que o objetivo dos eventos na Inglaterra é fazer um preparativo para o Fórum Econômico Mundial que vai ocorrer em São Paulo, em março do ano que vem, para discutir a economia global. “Mas desta vez vai ser diferente das edições anteriores. A pauta vai focar os negócios sustentáveis, negócios verdes, ou seja, vivemos um novo momento em que a questão ambiental é transversal e fundamental nas políticas internacionais econômicas dos países”.
Para Fávaro, a segunda agenda com a Tropical Forest Alliance (TFA) 2020 também foi de extrema importância, pois demonstrou que Estado está inserido em um projeto mundial de segurança geopolítica alimentar. “Queremos continuar produzindo, porque o mundo precisa de alimento, mas essa nossa produção não significa que tenhamos que destruir o meio ambiente. Nisso estamos juntos, o Estado, o setor produtivo e a sociedade civil organizada”.
Embora diferente do primeiro, os participantes também puderam conhecer um pouco de Mato Grosso, das riquezas naturais e da pujança econômica. “Mostrei a eles que vale a pena investir em Mato Grosso, porque temos vocação para ser o grande produtor mundial de alimentos sem derrubar nenhuma árvore e isso é extraordinário”, acrescentou o vice-governador e secretário.
Impressionado com a proposta mato-grossense, o diretor TFA mundo, Marcos Albany, avaliou a reunião positivamente. “Estamos empolgados de estar reunidos em Londres para falar desses dois estados (Mato Grosso e Pará) progressistas que querer melhorar a agricultura e também proteger suas florestas. Hoje é um dia de iniciar o processo de diálogo que continuará em março do ano que vem, para que cada um dos participantes possa avaliar como vai poder ajudar nesta agenda que é participativa e colaborativa”.
O evento reuniu várias lideranças mundiais engajadas em compartilhar as melhores práticas para a conservação de florestas, ecossistemas tropicais e produção de commodities, incluindo trabalho com pequenos agricultores e outros produtores na intensificação da agricultura sustentável. A estratégia PCI é um programa de referência de comprometimento e de liderança, já que Mato Grosso é o único Estado subnacional a participar do TFA.
Na avaliação do diretor executivo estratégico da PCI, Fernando Sampaio, esta oportunidade servirá para que Mato Grosso possa alavancar suas políticas públicas, por meio de alianças institucionais e técnicas, assim como financeiras.
O TFA 2020 é uma parceria público-privada global na qual os parceiros adotam ações voluntárias, individualmente e em conjunto, para reduzir o desmatamento tropical associado ao abastecimento de commodities. Agindo desta forma, reduzem-se significativamente as emissões globais de gases de efeito estufa, melhoram os meios de vida de milhões de pequenos agricultores, conservam-se os habitats naturais e protegem-se as paisagens tropicais para as gerações futuras.
De acordo com a assessoria, o programa é um compromisso de Mato Grosso firmado durante a Conferência Global do Clima (COP21) em Paris, em 2015, para alcançar uma série de metas que aliam a produção à conservação e a inclusão do pequeno produtor em um novo modelo de desenvolvimento econômico. O Estado se comprometeu em reduzir o desmatamento ilegal a zero até o ano de 2020.