O governador Mauro Mendes deve se reuniu, hoje às 16h, com três ministros do Supremo Tribunal Federal para defender a viabilidade da Ferrogrão, ferrovia ligando Sinop a Miritituba (PA). A corte julga, amanhã, ação contra o trajeto da ferrovia apontando que haveria impactos com exclusão de 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para passagem dos trilhos. O trâmite para implantar a ferrovia está parado desde março de 2021, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que julgou irregular a alteração.
O governador declarou, ontem à tarde, que “quando temos a possibilidade de fazer uma ferrovia que vai correr ao longo da rodovia existente que passa muito longe de qualquer terra indígena, (a AGU – Advogacia Geral da União) arrumar um detalhezinho, desse tamanhozinho… isso é um absurdo. Eu chamo isso de lesa-pátria”, criticou, referindo-se a posicionamento do governo federal que é contrário alterar a área do parque nacional para passarem os trilhos.
“Há interesse da competitividade de Mato Grosso, da geração de emprego, de ter um meio de transporte que seja ambientalmente muito mais viável, porque não dá para comparar o quanto que se emite de poluição de carbono na atmosfera transportando todos aqueles milhões de carretas queimando óleo diesel e pneu, do que numa ferrovia que não vai ter impacto nenhum”, acrescentou o governador.
O traçado da ferrovia tem extensão aproximada de 930 km e os investimentos (parte da iniciativa privada) pode chegar a R$ 21,5 bilhões, podendo escoar cerca de 50 milhões de toneladas de grãos, por ano, até portos no Pará. A projeção, se a obra for liberada pelo Supremo, é ser feita em até 9 anos a partir do início efetivo da construção dos trilhos e terminais de cargas.