Repousa sobre a mesa do governador Silval Barbosa (PMDB) o nome do presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Aguinaldo Garrido, para eventual substituição de Ságuas Moraes no comando da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O PT indicou a secretária adjunta Rosa Neide Sandes, e poderá acenar com novas vias amanhã (06). Mas a “fadiga de material” fortalece a possível opção por Garrido, em razão do perfil meramente técnico. Ele já foi secretário de Educação em Nova Mutum, há cerca de 3 anos, e saiu ao ser eleito presidente do conselho estadual.
A greve dos trabalhadores na educação, que se arrasta por quase 60 dias, gerou desgaste na relação política entre o PT e o governo do Estado. Governador Silval Barbosa (PMDB) está descontente com os rumos da paralisação, e principalmente com a falta de habilidade de líderes do PT para conduzir um acordo. A indicação de Rosa Neide, que já esteve à frente da pasta, não foi de pronto aceita por Silval. Nesse enredo, existe a necessidade de governo e PT resgatarem a sintonia, para chegar a um entendimento sobre o novo gestor da área em Mato Grosso.
O nome de Garrido foi apresentado por membros da agremiação, na busca de um consenso com o Executivo que exige mudanças de perfil do gestor. Silval Barbosa reiterou por várias vezes sua preferência pelo estereótipo técnico na gestão pública. Foi obrigado a abrir mão em muitas secretarias, respeitando as indicações políticas dos aliados da governabilidade.
O PT sinalizou ainda outros dois nomes, que também serão analisados na reunião entre a cúpula do partido e o governador, prevista para amanhã. Seriam possibilidades oriundas dos quadros da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT). Informações apontam resistência dos próprios professores para assumir um posto de tamanha responsabilidade,considerando o período do mandato de Silval Barbosa.
Na sexta-feira, o presidente da legenda, Willian Sampaio, disse que somente após a reunião com o governador o partido avalia,em encontro da Executiva estadual, o nome final para assumir a Seduc. Como cabe ao governador a decisão da nomeação, a definição do gestor deve ocorrer antes da reunião do PT, marcada para às 18h.
Ságuas Moraes assume a vaga do deputado federal Homero Pereira (PSD), quese aposentou da Câmara Federal para tratamento de saúde. Ságuas deverá pleitear a reeleição em 2014.
Para Willian, a greve dos professores não causa “arranhões” na relação política entre PT e PMDB.
No PMDB esse contexto tem “pesado”, com defesa de alguns membros sobre revisão de parcerias. Essa posição está evidente sobre o processo de escolha do próximo secretário.
O governo espera ter no setor alguém com habili dade suficiente para gerir com destreza a área, dentro dos moldes elencados por Silval Barbosa de “eficiência”.
E ao mesmo tempo, garantir um secretário com poder suficiente para rebater críticas que tendem a aumentar, em sendo ano pré-eleitoral. Essa é a inclinação na Assembleia Legislativa.