Diante da situação financeira em que o novo governo de Mauro Mendes (DEM) assumiu o Estado, ontem, o escalonamento de salários dos servidores públicos é um problema que pode ser enfrentado já neste mês, quando deve ser pago o salário referente a dezembro. É o que afirma o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, que foi mantido no cargo mesmo com a mudança de gestão.
“Está programado para o dia 10. Óbvio, tendo sobrado o 13º sem pagar, há uma chance real de escalonamento. Isso não se pode descartar, assim como aconteceu em dezembro”, disse aos jornalistas, na cerimônia de posse do secretariado, ontem.
Apesar disso, Gallo disse que é preciso aguardar os próximos dias, nos quais a equipe econômica irá se reunir, fazer simulações, verificações de caixa e avaliar a expectativa de receita para elaborar um calendário que será pago com prioridade. “Vamos esperar os próximos dias para gente soltar um calendário claro, objetivo e transparente”, disse.
O secretário destacou que o recurso de R$ 400 milhões do Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX), que deveria ter sido pago no final do ano, não constará nesta projeção. O dinheiro seria usado pelo ex-governador Pedro Taques para quitar o 13º salário dos servidores, além de fazer repasses aos Municípios.
Além da possibilidade de escalonamento no pagamento da folha, o secretário de Fazenda também citou a necessidade de reestruturar o regime previdenciário dos servidores públicos estaduais.
“Corre-se o risco, se nada for feito hoje, pagando R$ 1,1 bilhão dos impostos dos contribuintes para os aposentados, daqui a 3 anos isso pode chegar a R$ 3 bilhões. É uma trajetória muito preocupante, que nós temos também que jogar às claras com a sociedade, com os servidores públicos para encontrarmos as melhores soluções”.
Segundo ele, a medida se faz necessária porque nos últimos 4 anos, o governo aumentou seu gasto com pessoal em mais de 76%, devido as leis de carreiras que haviam sido aprovadas ainda na gestão de Silval Barbosa e que foram mantidas por Taques.