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GAECO aponta provas fortes contra 3 vereadores presos em Sorriso; 2 são investigados

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Os vereadores Chagas Abrantes (ex-presidente da Câmara de Sorriso), Roseane Marques e Gerson Francio, o “Jaburu”, e a mulher de Chagas, Filomena Abrantes, que é proprietária de uma emissora de televisão local, presos esta manhã, já foram transferidos para a sede da Polinter, em Cuiabá. As prisões foram decretadas pela justiça estadual da vara de combate ao crime organizado e são preventivas (sem prazo). Em entrevista coletiva, há instantes, o promotor de Justiça de Sorriso, Carlos Roberto Zarour Cesar, e o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Sérgio Silva da Costa, ressaltaram que a prisão dos vereadores foram realizadas “devido a indícios consistentes de impropridade administrativa”. Já Filomena é acusada por prática de extorsão.

“Chegamos a conclusão que na câmara de Sorriso, 3 vereadores Chagas, Roseane e Jaburu, mancumunados com a senhora Filomena, estavam extorquindo o poder executivo municipal com exigências de propina para a manifestação de apoio político na ordem de R$ 50 a 500 mil. Desta exigência também consistia a aprovação das contas da prefeitura de 2009 e também a fidelização da Tv Record enquanto destinatária das mídias da prefeitura. Também se restou apurado, de forma cabal, que as votações, os projetos da prefeitura somente teriam mais facilidade em tramitados na câmara com o pagamento desta quantia em dinheiro”, afirmou o promotor Sergio. “A juíza, concluindo que as provas são lícitas e legais, expediu mandados de prisões. Os 4 réus -porque as denúncias foram recebidas e decretadas- serão encaminhadas a Cuiabá”, afirmou.

Os dois promotores explicaram ainda que as investigações sobre o caso ainda continuam. Outros dois parlamentares estão sendo investigados por suposta participação com o grupo. Os nomes não foram revelados para não atrapalhar o andamento do caso. De acordo com os promotores, devido aos fatos, os parlamentares presos hoje podem ter os mandatos cassados.

O atual presidente da Câmara de Sorriso, Luiz Fábio Marchioro (PDT), ainda não se pronunciou sobre as prisões. A câmara ainda vai avaliar qual procedimento adotará, posteriormente, em relação a quebra de decoro por parte dos vereadores presos.

Chagas concedeu rápida entrevista e disse que estava sendo preso por ter feito ameaças ao secretário Santinho, que teria feito as gravações entregues ao MP. Jaburu e Roseane não concederam entrevistas.

Conforme Só Notícias, a operação foi desencadeada pelo Gaeco de Cuiabá. O primeiro a ser preso foi o vereador Jaburu. Em seguida, os policiais foram a casa de Roseane e concluíram a operação na residência de Chagas. Ninguém foi algemado. Foram colocados em viaturas da polícia e em carros “descaracterizados”. A operação, denominada “Decoro”, foi deflagrada para prender os vereadores e a empresária, que são acusados de formação de quadrilha e concussão (tirar proveito do cargo que ocupa) contra o prefeito Chicão Bedin, do secretário de Indústria e Comércio, Santinho Salermo, e do procurador Zilton Mariano de Almeida.

O MP aponta que “o valor da propina variava de R$ 50 mil até R$ 500 mil. Para pressionar o prefeito a pagar, os vereadores ameaçaram “endurecer” a votação de projetos por parte do Poder Legislativo em trâmite na câmara”. Houve gravações de conversas onde vereadores estariam pedindo dinheiro para votar a favor do prefeito

Segundo o MP, Chagas Abrantes “direcionava as ações e os votos dos demais integrantes dos vereadores. Gerson Frâncio (Jaburu) era responsável pela intermediação nas negociações entre os poderes. O caso foi revelado durante gravações onde Gerson aparece pedindo R$ 100 mil de propina em beneficio próprio. Já a vereadora Roseane exigiu um emprego para o namorado, conserto de seu veículo, e pagamento de R$ 3 mil mensais por tempo indeterminado, a título de “mensalinho”.

Ainda de acordo com o MP,  “os denunciados Chagas Abrantes e Filomena foram flagrados exigindo o repasse de verba mensal entre R$ 8 mil e R$10 mil que seriam direcionados à emissora de televisão de propriedade do casal como espécie de venda da mídia da Prefeitura. O acordo consistia em que os programas de televisão parassem de fazer críticas que desabonassem a imagem política do prefeito. Em uma outra conversa com os representantes do executivo, Chagas e Gerson determinaram que um grupo empresarial fosse beneficiado em um processo licitatório para realização dos trabalhos de urbanização nas margens da BR-163, no Distrito de Primavera, pertencente ao município de Sorriso, cuja obra estava avaliada no valor de R$ 324 mil. A transação envolveria o saldo economizado do duodécimo da Câmara municipal que deveria ser devolvido para a prefeitura, bem como a quitação de dívidas fiscais devidas pelo dono da construtora ao município de Sorriso.

“Vale ressaltar que a empresa estava impedida de participar de licitações por ter débitos no valor de R$ 126 mil de IPTU com o município”, finaliza o Ministério Público.

(Atualizada às 09:47h)

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Chagas sendo preso (Band Sorriso)

 

Policial em frente à casa de vereador (Só Notícias/Aline Dessbel)

    
Chagas Abrantes                          Jaburu                                       Roseane Marques


 


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