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Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo debate situação com Maggi hoje

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Membros do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo, terão uma audiência com o governador Blairo Maggi, hoje às 9 h. A coletiva será concedida no gabinete do governador, no Palácio Paiaguás. O Fórum protocolou na semana passada uma carta ao governador cobrando medidas contra a ação de policiais militares do Estado que, atendendo chamado dos proprietários da Fazenda Zankara, no município de Nova Lacerda, atacaram a tiros o Grupo Móvel de Fiscalização ao Trabalho Escravo, que inspecionava a fazenda.

Trecho da carta diz que “Mato Grosso está entre os campeões no vergonhoso ranking do trabalho escravo no Brasil, há anos, competindo com o Pará nessa desgraça”. “Estamos à disposição do governo de Mato Grosso para estabelecer uma agenda positiva, que possibilite uma interação entre a sociedade e o governo do Estado, para que haja o combate e a erradicação do trabalho escravo, que o governador insiste em dizer que não existe”, afirmou Inácio José Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, ressaltando que os números mostram que Mato Grosso é o segundo Estado com maior número de libertações de trabalhadores. Segundo o Ministério do Trabalho, no Mato Grosso, em 2005, houve 15 denúncias e foram libertados mais de 1500 trabalhadores.

De acordo com Inácio, o Fórum vai mostrar os números ao governador e discutir quais as medidas, estratégias e políticas, para garantir a segurança dos fiscais do trabalho e acabar com a cadeia do trabalho escravo no Estado. “Não basta apenas resgatar o trabalhador, é preciso políticas de qualificação e inclusão social”, afirmou. Ele disse ainda que é preciso maior punição aos fazendeiros que aliciam e exploram trabalhadores. Uma solução seria a desapropriação das terras onde houvesse trabalho escravo. Nesse sentido tramita no Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional.

Para a presidente da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso, CUT-MT, Leoni Philippsen, o Estado representa o “contraste da modernidade das fazendas com uma prática tão antiga e desumana”, afirmou. Outro trecho da carta diz “os que põem a mão na terra e doam sua força de trabalho, saúde e até a vida para construí-la, chamados de peões, de fato são miseráveis escravos. Por que esconder essa verdade para não prejudicar o “comércio exterior”? Por que os produtores e exportadores sérios e boa índole, não passam a defender um progresso também nas relações de trabalho praticadas pelos seus colegas do ramo?”

O Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso é composto pela Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho, Associação dos Familiares das Vítimas de Violência, CUT, Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade, Centro Pastoral para Migrantes. Comissão Pastoral da Terra, Conferência dos Religiosos do Brasil, Conselho Indigenista Missionário, Federação dos Bancários do Centro Norte, Fórum das Pastorais Sociais, Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público e Centro Burnier Fé e Justiça.

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