PUBLICIDADE

Novo estudo prevê Ferrovia Sinop-Miritituba ‘fora’ de terra indígena, 65 pontes e ficaria pronta em 10 anos

PUBLICIDADE
Só Notícias/Editoria com Welinton Cunha (fotos: Só Notícias - Infográficos EPL)

O empresário que preside a empresa que idealizou a ferrovia Sinop-Mirituba, Guilherme Quintela, apresentou, esta tarde, em Sinop, durante palestra para lideranças políticas e empresariais, as atualizações feitas no projeto e informou que o ministério dos Transportes está intermediando a licença ambiental, última etapa do processo. Quintela declarou que não há nenhum impedimento para o governo prosseguir os procedimentos e ser feita licitação. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) deve finalizar em 15 dias o projeto executivo e enviá-lo para o Tribunal de Contas da União analisar e o próximo passo é o governo federal lançar a licitação que deve sair até março do ano que vem. Se essa previsão se consolidar, é possível que em 2035 a ferrovia fique pronta.

O estudo detalhado hoje, da empresa Estação da Luz, aponta que a alteração no projeto não impactou na extensão que continuará sendo de 933 km, às margens da 163. Não haverá túneis, ou relocação da população no traçado, aponta o estudo. Serão construídas 65 pontes ferroviárias (81, mil metros) 4 viadutos (493 metros) e 10 viadutos rodoviários. O projeto prevê 166,1 mil toneladas de trilhos. Serão usados 2 mil dormentes de concreto para os trens passarem e haverá 48 pátios ferroviários. A maior ponte será no rio Peixoto (entre Peixoto e Matupá) com 250 metros de comprimento. Os ramais de Sinop a Lucas do Rio Verde ficam previstos para segunda etapa.

A projeção é que a ferrovia proporcione para produtores rurais e empresas de Mato Grosso economia de 20% na tonelada do frete de produtos exportados via Miritituba para Europa, Ásia e África, o que representa R$ 8 bilhões/ano de redução de custos. A demanda projetada para a Ferrogrão até o ano de 2095 é de 69 milhões de toneladas.

Uma composição ferroviária com capacidade para 16,9 mil toneladas substituiria 422 caminhões carregados fazendo percurso Sinop-Miritituba. O estudo detalhado hoje em Sinop também aponta que a ferrovia proporcionará “redução de 40% das emissões de CO2 pela mudança da matriz de transporte (redução de carretas trafegando) e 3,4 m de toneladas de CO2 ano deixariam de ser emitidas.

A empresa prevê que o valor social presente líquido foi apontado em R$ 63 bilhões da Ferrogrão em alternativa à duplicação da 163. Quintela não estimou o montante financeiro que deve ser investido no empreendimento que começou a ser elaborado há 10 anos (2015) e ficou parado, por muitos anos, devido ação no STF, movida pelo partido PSOL, questionando impactos ambientais da ferrovia em área indígena no Pará. No estudo mostrado hoje, é descrito que “a Ferrogrão está fora do parque nacional Jamanxin”, no trecho contíguo ao parque (49km) a Ferrogrão encontra-se dentro da faixa de domínio da BR-163″, ou seja, fora da área do parque nacional Jamanxim” e “60% da faixa de domínio já está desmatada”. “haverá plantio compensatório de 2 mil hectares de vegetação nativa”. ” A definição dos limites da faixa de domínio equivale a 862 hectares, representando 0,1% da área original do parque”.

Quintela declarou que “hoje, o corredor de Miritituba já é um corredor que movimenta 20 milhões de toneladas de grãos sendo transportados por caminhões (BR-163). Com esse empenho aqui do governo do Estado, através da Nova Rota do Oeste, da duplicação do trecho até aqui a cidade de Sinop, vai aumentar ainda mais esse fluxo de transporte de grãos para o terminal fluvial de Miritituba”, disse.

Guilherme acredita que a ferrovia dará uma rentabilidade maior também aos caminhoneiros. “Eles vão fazer um transporte de um trecho menor, atendendo as pontas, a ferrovia não vai a todas as fazendas, a ferrovia não vai a todos municípios, então ele (o caminhoneiro) vai precisar alimentar a Ferrogrão aqui em Sinop, depois em Sorriso, depois em Lucas do Rio Verde e assim por diante”. “O caminhão não foi feito para transportar essas distâncias. Não foi feito para enfrentar esse desafio. O caminhão foi feito para fazer transportes mais curtos, mais rápido. E é assim que funciona no mundo todo”, avaliou.

Além dos terminais ferroviários localizados em Sinop e Miritituba, o projeto inclui a criação de quatro portos em rios dos municípios de Itacoatira, no Amazonas, em Santarém e Barcarena, no Pará, e em Santana, no Amapá.

A palestra para lideranças empresariais e do agro foi organizada pela prefeitura e entidades. O prefeito Roberto Dorner se mostrou otimista com o novo estudo. “O Ferrogrão é o que nós esperamos mais há muitos anos aqui, e eu vejo que cada vez está aproximando mais. Por isso nós, os munícipes, o prefeito, as autoridades, as entidades, tivemos que convidar o criador dessa política, da vinda do Ferrogrão, para que deixemos o povo a par de tudo que está acontecendo nos bastidores lá em Brasília”, disse.

Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE