Os 14 mil metros lineares de extensão da rede de esgoto de Lucas do Rio Verde executados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) asseguram um serviço essencial à saúde pública e reforçam as medidas adotadas pela atual administração em relação ao meio ambiente.
Na prática, a iniciativa representa uma antecipação à resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que declara 2008 como o Ano Internacional de Saneamento por estar “…Profundamente preocupada pelo progresso lento e insuficiente em proporcionar serviços básicos de saneamento, e consciente do impacto da sua falta na saúde das pessoas, na redução da pobreza e no desenvolvimento econômico e social, e no meio ambiente, em particular nos recursos hídricos…”.
Com o investimento de R$ 800 mil feito pela atual gestão para implantar mais 7 mil metros de rede, centenas de residências dos bairros Centro, Pioneiro e Menino Deus passaram a ter direito de acesso ao benefício. Tão logo a implantação foi concluída, o SAAE lançou uma campanha pela qual se prontificava a executar a conexão, inclusive com parcelamento do custo incluído na fatura de água.
De acordo com o diretor do órgão, Daltro Figur, o município tem sido um dos poucos em todo o país onde efetivamente há um entendimento claro de que aplicar recursos na rede de esgotamento sanitário significa investir na melhoria da qualidade de vida da população. “O fornecimento da água tratada que chega às residências se origina de poços artesianos e não podemos correr o risco de contaminar o lençol freático”, adverte.
Por outro lado, Figur avalia que a estimativa de duplicação do número de habitantes em um curtíssimo prazo poderá apressar a necessidade de atender a demanda com água captada diretamente do Rio Verde, o curso fluvial que banha a cidade, e, quanto menor o grau de poluição existente, menor será a destinação de recursos para tratamento.
Esforço concentrado – O prefeito Marino Franz ressalta que tais cuidados fazem parte de uma proposta bem mais ampla de desenvolvimento sustentável e de defesa do meio ambiente que exige a conscientização e o esforço de toda a sociedade para que as metas sejam alcançadas em pleno processo de consolidação do segundo ciclo econômico. “Os desafios são enormes, mas nada disso teria sido realizado sem a união e a parceria dos setores sociais”, avalia.
Ainda na área urbana, entre os muitos avanços já feitos, ele destaca a coleta seletiva para reciclagem do lixo, o aterro sanitário protegido por uma manta impermeabilizante que evita que a deposição de resíduos domésticos e hospitalares contaminem o solo e a permissão para que a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente passe a regular e a emitir licenças ambientais às empresas de baixo e médio potencial poluidor a fim de evitar danos à natureza.
O campo também sente os efeitos das grandes mudanças em curso. Premiado por seu pioneirismo, o Projeto Lucas do Rio Verde Legal – desenvolvido e coordenado pela Prefeitura e a ONG The Nature Conservancy com o apoio de empresas privadas – conquistou a adesão de 100% dos proprietários rurais para a preservação da biodiversidade, com a revitalização das áreas degradadas, e o respeito às questões sanitárias e trabalhistas.
Na nova etapa lançada nesta sexta-feira, 17, foi assinado um decreto que estabelece o cumprimento da legislação ambiental do município em relação às Áreas de Preservação Permanente (APPs) já a partir da próxima safra. Além de proteger as várias nascentes que existem no interior do município, o projeto ainda inclui a extensão do Parque dos Buritis até a cabeceira do Córrego Lucas, que deságua no Rio Verde.
Segundo o prefeito, outra questão importante diz respeito à área conhecida como Recanto dos Macucos, localizada às margens do Rio Verde, que ao longo dos anos foi irregularmente ocupada por algumas famílias que construíram moradias numa zona alagadiça. “A administração já tomou todas as medidas cabíveis, inclusive com o encaminhamento do assunto ao Ministério Público e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente para que nos auxiliem na solução do problema”, declara, observando que os interesses coletivos sempre devem se sobrepor aos individuais.