Em depoimento prestado no dia 6 de outubro aos delegados Márcio Moreno Vera e Alexandra Fachone, o ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, afirmou que o empresário Allan Malouf autorizou que empresas dele figurassem em notas fiscais falsas para justificar somas de dinheiro recebidas pela NBC – Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda.
A revelação de Nadaf, que é proprietário da NBC, se deu após ser questionado a respeito de um contrato encontrado por agentes da Polícia Civil em posse de Allan Malouf durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na 4ª fase da Operação Sodoma da Polícia Civil.
A investigação é pautada pela suspeita de irregularidades no pagamento de uma desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade I. A fraude teria gerado prejuízo de R$ 15,857 milhões aos cofres públicos.
O documento apreendido revela um contrato da NBC Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda com a empresa Marçal Costa e Cia Ltda-ME no valor de R$ 7 mil. Outro contrato revelou uma parceria da empresa de Nadaf com a Martins Almeida e D’Ambos Ltda.
“Afirma que se tratam de contratos falsos firmados tão somente para que o interrogando pudesse dar lastro financeiro ao faturamento das propinas recebidas em sua empresa NBC”, diz um dos trechos do depoimento.
Nadaf ainda deixou claro que Malouf tinha plena consciência das irregularidades ao ceder o uso de nomes de empresas para contratos falsos.
“Foi o interrogando quem solicitou para Alan Malouf que auxiliasse nesta questão, quando no início do ano de 2015 se encontrou com Alan e afirmou que necessitava emitir notas de serviço de sua empresa afim de dar lastro em seu faturamento, tendo em vista a movimentação financeira das propinas que recebia por sua empresa, a NBC(…) Alan Malouf tinha ciência de que ambos os contratos eram simulados, confeccionados pelo interrogando tão somente para dar lastro para os valores de propina que ingressavam em sua empresa”, completa.
Nadaf ainda ratificou em seu depoimento que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) seria o chefe da organização criminosa que dividia tarefas aos membros do primeiro escalão do Estado para desviar dinheiro público.
A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, já aceitou a denúncia criminal proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réu 17 pessoas pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, receptação, falsidade ideológica e coação.
Na relação está o ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário Pedro Nadaf e o empresário Alan Malouf.