O ex-secretário de Estado de Esportes e atual deputado estadual, Baiano Filho (PMDB), e o ex-adjunto da pasta em sua gestão, Laércio de Arruda, foram ouvidos como convidados por membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, esta manhã. Os parlamentares também agendaram a oitiva do ex-secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo e ex-presidente do Comitê Pró-Copa, Pedro Nadaf, para o dia 29 deste mês. Nadaf está preso, em Cuiabá, acusado de envolvimento no pedido de propina para liberar incentivos fiscais, durante seu período como secretário estadual de Indústria e Comércio.
Na mesma sessão também será ouvido, mas como convidado, o ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. A CPI das Obras da Copa está seguindo o Sumário de Sistematização do Processo de Investigação, que investiga desde o processo escolha de Cuiabá como cidade-sede até a execução das obras.
Em relação aos depoimentos de hoje, Laércio de Arruda esclareceu que participou de algumas reuniões antes da escolha de Cuiabá como cidade-sede. Entre estas reuniões, vistoriou o antigo Estádio Governo Fragelli para saber se havia condições de subsidiar o evento. “Fizemos a inspeção em 2009 junto com o ex-governador Blairo Maggi (PR), o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos, agora deputado estadual”.
Laércio destacou o empenho em trazer a Copa do Mundo para Cuiabá, mas destacou que não presenciou contratos ou execução de obras, pois deixou o cargo de adjunto em dezembro de 2010 e mudou-se para Sinop, tendo retornado à capital apenas este ano.
Com relação ao Caderno de Encargos, documento entregue à Fifa com os compromissos do Estado, Laércio destacou que o trabalho foi realizado pela Secretaria de Cultura, de Turismo e de Planejamento. “O Comitê da Copa ficou à cargo deste planejamento e da defesa de Cuiabá como sede”.
Já Baiano Filho destacou que todas as autoridades de seus respectivos estados, fizeram a defesa para receber o evento da Copa do Mundo, e que a questão política foi fundamental para escolha. “Não sei dizer se a CBF seguiu critério técnico ou político, mas a questão política foi fundamental para escolha”.
Ao ser questionado sobre ao que atribui a escolha de Cuiabá como cidade-sede, Baiano Filho destacou a atuação do governo estadual junto ao federal e o comprometimento do Estado em sua contrapartida para a execução das obras. Sobre o Caderno de Encargos, destacou que o trabalho ficou com equipe de governo em que Yuri Bastos estava à frente.
Porém, o ex-secretário lembrou que entregou o cargo visando às eleições de 2010 para deputado estadual, e por isso, não participou da execução das obras e assinatura de contratos. Também ressaltou que durante o processo de escolha de cidade-sede, a Secretária de Esportes não participou efetivamente, e apontou maior envolvimento das pastas de Cultura e de Turismo.
