Ex-prefeito de Nobres, Devair Valim de Melo, apresentou-se à Delegacia Fazendária ontem, após perder duas vezes pedidos de habeas corpus. Devair vai ficar preso por no mínimo cinco dias, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que auxilia nas investigações a respeito de um esquema de venda de madeira de origem ilícita e fraude contra o sistema público.
Devair foi apontado como sendo intermediário da venda de uma fazenda. O problema é que ele teria ajudado a “agilizar” a elaboração de um plano de manejo (exploração e replantio de áreas de florestas) falso. A negociação teria acontecido em 2006. De acordo com A Gazeta, inicialmente ele seria apenas ouvido na condição de informante, mas como não se apresentou, teve a prisão requerida. A defesa do ex-prefeito nega qualquer envolvimento dele no esquema.
A pedido do MPE a Justiça determinou que dois mandados de busca e apreensão fossem cumpridos na residências dele, respectivamente em Nobres e Cuiabá. O material apreendido está sob análise. Devair foi encaminhado no final da manhã de ontem para o anexo 1 da penitenciária do Pascoal Ramos.
O esquema de venda de créditos para “esquentar” madeira ilegal gerou prejuízos de mais de R$ 58 milhões ao Estado. No golpe, descoberto pela Sema e investigado pela Polícia Civil, pelo menos seis grupos distintos utilizavam de falsas informações para subsidiar planos de manejo. Com isso “conseguiam” esquentar estoques não declarados, porque, possivelmente, provenientes de extrações ilícitas. Em outras operações, dezenas de pessoas foram presas pelas polícias federal e civil sob acusação de envolvimento em crimes ambientais.