O salário de dezembro do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi de R$ 152,2 mil, ou seja, quase dez vezes o valor que recebeu mensalmente durante todo o ano passado (R$ 16,9 mil). A informação sobre o “supersalário” consta no Portal Transparência do próprio governo do Estado e ultrapassa em 417% o teto estabelecido no funcionalismo público, que é o salário de R$ 29,4 mil dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com reportagem do Diário de Cuiabá, no portal do governo não aparecem detalhes com o motivo do pagamento do supersalário. Mostra apenas que Silval teve desconto de R$ 3.693,43 referentes ao Imposto de Renda e R$ 482,92 de contribuição com a Previdência Social. Com os descontos, o salário do ex-governador ficou em R$ 148.083,58. O portal mostra ainda que os vencimentos de outubro e novembro foram de R$ 16,9 mil cada. Líquido, o governador recebeu nestes meses R$ 12,7 mil.
Ainda segundo o jornal, o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, também teve um grande incremento em seu último salário. De R$ 16,9 mil por mês, em dezembro recebeu R$ 62 mil. Também receberam acima do teto do funcionalismo público os ex-secretários de Estado de Saúde, Jorge Lafetá, e de Transporte e Pavimentação Urbana, Cinésio Oliveira. Cada um recebeu R$ 39.474,80 no último mês do governo Silval. Em nenhum destes casos há explicação.
No mês passado, a Assembleia Legislativa aprovou um projeto de Lei aumentando o salário do governador para R$ 20,2 mil ao mês.
Nenhum dos quatro ex-integrantes do governo estadual foi encontrado para dar explicações sobre o caso.