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Ex-diretor do BB depõe sobre dossiê e diz que Vedoin queria R$ 20 milhões

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O ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso afirmou que Jorge Lorenzetti negociava a troca do dossiê por serviços jurídicos (não por dinheiro) e admitiu que explorou o medo dos Vedoin de voltarem à prisão. “Ele [Darci Vedoin] tinha muito medo de ser preso novamente”, disse Veloso. O temor dos Vedoin de perder os benefícios da delação premiada, segundo o ex-presidente do BB, foi explorado pelos petistas, que teriam conseguido manter as negociações mesmo descartando qualquer pagamento em dinheiro.

“Receber R$ 10 milhões na cadeia poderia não ser um bom negócio”, afirmou Veloso, um dos três envolvidos na tentativa de compra do dossiê chamados de “aloprados” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veloso depõe neste momento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas.
“Pelo que eu estou entendendo vocês usaram de chantagem”, disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Veloso respondeu que, usando de chantagem ou não, cumpriu seu papel de cidadão.

Advogado de peso
De acordo o ex-diretor do BB, durante as negociações os donos da Planam revelaram que os R$ 20 milhões exigidos pelo dossiê serviriam para custear “um advogado de peso, de preferência que pudesse ficar em Brasília”.

Segundo Veloso e Lorenzetti (que depôs ontem na CPMI), o grupo de petistas não pagaria o dinheiro, mas eles admitiram que forneceriam os serviços advocatícios. “Ele [Lorenzetti] disse que não haveria nenhuma negociação financeira, mas que estava buscado apoio jurídico [para os Vedoins]”, disse Veloso aos parlamentares.

Cheques
De acordo com o depoente, ao manusear os 15 cheques e demais documentos que compunham o dossiê ele pôde anotar os dados e a informação poderia ser usada contra os Vedoins.

Fernando Gabeira quis saber porque Veloso não repassou as informações à CPMI. “O PT tem ampla participação na CPMI, inclusive o seu presidente é o partido”, lembrou. Veloso respondeu que isso seria feito “na hora que achássemos mais adequado”, o que contradiz sua alegação no início do depoimento de que sua participação no caso do dossiê era só examinar os documentos.

Os 15 cheques a que Veloso teve acesso teriam sido destinados a pagamentos de restos de campanha do candidato à Presidência da República em 2002 José Serra. Todos eles são de contas do Banco do Brasil, mas o ex-diretor do banco, que na época estava de férias, negou que tenha quebrado o sigilo bancário dos emitentes como denunciou na ocasião o deputado Fernando Gabeira. “O Banco do Brasil me ligou e me informou que houve quebra de sigilo”, rebateu Gabeira.

Revista
O ex-diretor de Gestão de Risco do BB Expedito Veloso afirmou há pouco que os petistas envolvidos na compra do dossiê contra tucanos cogitaram usar as informações que haviam extraído dos Vedoin em matéria a ser divulgada na revista IstoÉ. Uma equipe de reportagem da revista estava em Cuiabá (MT), no dia 14 de setembro, para entrevistar Luiz Antônio Vedoin como parte do acordo que estava sendo costurado pelos petistas.

Segundo Veloso, se Vedoin não colaborasse, eles poderiam desencadear o “plano B”, que consistia em publicar as informações que eles já haviam conseguido e com isso reverter os benefícios da delação premiada do empresário, que seria acusado de não estar repassando para a Justiça todas as informações que tinha sobre a máfia das ambulâncias.

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