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Ex-assessora diz ter sido usada por donos da Planam no esquema sanguessuga

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Em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, nesta terça-feira (6), a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino afirmou que foi usada pela família Vedoin no esquema de fraudes criado para utilizar irregularmente recursos do orçamento da União para a compra de ambulâncias com preços superfaturados.
Maria da Penha foi ouvida como convidada, para subsidiar os trabalhos do colegiado na investigação dos processos disciplinares contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT). Os três tiveram os nomes incluídos no relatório preliminar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.
Darci e Luiz Antonio Vedoin, pai e filho, são proprietários da Planam, empresa apontada como principal organizadora do esquema de fraudes. Antes de trabalhar no Ministério da Saúde, Maria da Penha trabalhou para a Planam.
Maria da Penha afirmou que, no Ministério da Saúde, atuava como encarregada de cuidar do andamento de projetos, mas que jamais utilizou seu cargo para beneficiar a família Vedoin ou qualquer parlamentar. Disse também que não foi indicada pelos Vedoin para trabalhar no ministério e que não tinha nenhum poder dentro do órgão.
– Fui usada pela família Vedoin. Eles disseram que me indicaram para o Ministério da Saúde, mas a minha ida para lá se deve ao meu trabalho de mais de 20 anos na área da Saúde, especialmente no SUS [Sistema Único de Saúde] – explicou a ex-assessora.
Maria da Penha negou também que tenha negociado emendas com o senador Ney Suassuna ou com qualquer assessor do gabinete do parlamentar ou de outro gabinete no Congresso.
Questionada sobre se teria recebido algum dinheiro dos Vedoin enquanto trabalhou no ministério, Maria da Penha esclareceu que recebeu pouco mais de R$ 100 mil, mas que o valor era referente a dívidas trabalhistas. Afirmou que recebia ligações de membros da família Vedoin no ministério para saber o andamento de processos, mas que prestava “informações públicas e técnicas”.
Em outro depoimento, também prestado na condição de convidada, a assessora do Ministério da Saúde Marilane Cavalcanti de Albuquerque afirmou que é sua função receber chefes de gabinetes para prestar informações sobre o andamento de projetos de interesse dos parlamentares. Ela disse que recebeu algumas vezes o ex-assessor do senador Ney Suassuna Marcelo Cardoso de Carvalho e uma única vez conversou pessoalmente com o senador, mas somente para prestar informações sobre o andamento de pedidos do parlamentar junto ao ministério.
Marcelo Carvalho é apontado em depoimentos da família Vedoin como intermediário do senador Ney Suassuna nas negociações com a quadrilha. Ele também foi ouvido nesta terça pelo Conselho de Ética, mas seu depoimento foi reservado a pedido de seus advogados.

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