O número de pessoas envolvidas com a compra e venda do “Dossiê Vedoin” contendo acusações contra políticos do PSDB pode chegar ao número de 500. Nesta semana, a Polícia Federal em Mato Grosso deverá encaminhar à Justiça Federal o pedido de quebra de sigilos de 500 telefones. Os números aparecem na lista de ligações feitas ou recebidas por Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Valdebran Padilha, Expedito Afonso Veloso, Gedimar Pereira Passos, entre outros. Até a semana passada, a PF tinha obtido a quebra de 70 sigilos telefônicos no inquérito aberto para apurar o caso.
A quebra do sigilo permitirá à PF identificar os donos dos telefones. Essa identificação é uma alternativa, usada pela Polícia Federal, para tentar chegar à origem do dinheiro – R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil, apreendido no dia 15 de setembro no hotel Ibis em São Paulo e que seria usado por membros do Partido dos Trabalhadores na compra do dossiê. No pedido de quebra de sigilo aparece também pessoas ligadas a família Trevisan Vedoin, proprietários da Planan, empresa que operava o esquema.
No rastreamento da quantia, a Justiça Federal decretou, no início das investigações, a quebra dos sigilos bancários de agências do Bradesco, BankBoston, Safra, Banco do Brasil e Sofisa em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo é identificar os responsáveis por saques acima de R$ 10 mil entre 28 de agosto e 14 de setembro.
O volume de informações, porém, é muito grande, o que torna difícil rastrear o dinheiro desta forma. O delegado Diógenes Curado Filho, que conduz as investigações, recebeu uma lista de 200 mil saques feitos somente nas agências do Bradesco. Devido a essa dificuldade, a PF concentra esforço em rastrear ligações feitas ou recebidas pelos envolvidos com a compra dossiê do fim de agosto e ao dia 15 de setembro.
Nesta segunda-feira, sub-relatores da CPMI das Sanguessugas estarão em Cuiabá, onde terão reunião com o delegado da Polícia Federal, Diógenes Curado. Os parlamentares vão conversar com o delegado sobre as investigações em torno do dossiê contra candidatos tucanos envolvendo pessoas ligadas ao PT.