A reunião inicialmente marcada para ontem entre o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, a senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil para evitar prévias no partido visando defenir candidato ao Senado, ficoiu para hoje. Conforme Só Notícias já informou, eles estarão reunidos em Brasília em busca de acordo.
“Se alguém tem que ter a sensibilidade de alterar a sua decisão, essa pessoa não sou eu”, respondeu ontem o deputado Carlos Abicalil, quando questionado por A Gazeta sobre a possibilidade de recuar do projeto de concorrer ao Senado, em nome da unidade partidária.
A senadora também foi enfática. “A gente quer um acordo, mas se tem alguém que tem que recuar é ele. Minha candidatura é natural, porque eu sou a senadora e ele não é. Todos os partidos respeitam essa regra”.
A tendência é a realização das prévias, que já estão marcadas para o dia 18 de abril. Neste caso, a decisão ficará a cargo dos filiados aptos a votar, ou seja, que estejam em dia com a contribuição partidária. A senadora já anunciou que, no final da tarde da próxima sexta-feira, vai comparecer ao diretório estadual para se inscrever para as prévias, o que indica sua disposição de deixar a escolha para os filiados.
Carlos Abicalil é presidente do PT em Mato Grosso, e detém a maioria no diretório estadual. Assim que ele anunciou sua intenção de concorrer ao Senado, em um projeto que obriga Serys a aceitar a candidatura a deputada federal, a senadora retrucou que, se o PT impedir seu projeto de reeleição, ela não será candidata neste ano. A decisão de Serys enfraquece o palanque da ministra Dilma Rouseff em Mato Grosso, candidata a presidente da República pelo PT.
Carlos Abicalil não abre mão de sua candidatura ao Senado, mas destaca que, até o momento, tem feito um exercício de diálogo e paciência para chegar a um acordo com o grupo da senadora Serys. De acordo com ele, na última reunião do diretório estadual, no fim de semana passado, discutiu-se a necessidade definir os nomes dos candidatos sem a necessidade de prévias, conforme recomendação do diretório nacional.
“O grupo da senadora Serys rechaçou a proposta e insistiu nas prévias”, disse. O deputado nega que sua decisão tenha atropelado o partido e provocado um racha no PT. “Não existe racha. Esta é um prática natural no partido, acostumado a debates acalorados, com divergências de opiniões. É isso que mobiliza a militância”.
Grupo Mensagem – Na tarde de ontem, a senadora participou de reunião com o secretário geral do partido, o deputado federal por São Paulo, José Eduardo Cardoso. Ele é líder nacional do grupo Mensagem ao Partido e defende o nome de Serys para concorrer ao Senado por Mato Grosso.
