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Empresário mostra como era esquema das fraudes na Câmara de Cuiabá

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Ao ser ouvido pela Delegacia Fazendária, o empresário Wilson Ribeiro da Silva detalhou como funcionavam as fraudes em licitações na Câmara de Vereadores de Cuiabá nos anos de 2007 e 2008. O depoimento foi uma das peças fundamentais para se descobrir o esquema que envolveu processos licitatórios de mais de R$ 7,5 milhões.

Wilson foi ouvido no dia 3 de maio na Delegacia Fazendária, setor da Polícia Civil que apura crimes contra o patrimônio público. Na ocasião, ele disse que foi contatado por Luiz Henrique Silva Camargo, ex-diretor financeiro da Câmara, e teria devolvido dinheiro à cúpula da Câmara.

O depoimento de Wilson consta da página 372 a 376 do inquérito que possui oito volumes e cerca de 20 mil páginas. Perante os delegados, ele afirmou: "Foi promovido um acerto com o Luiz do (setor) financeiro; o acerto previa que seria realizada uma licitação para material de consumo da copa. O valor da carta convite 043/2007 seria de R$ 79.660,00. Tendo sido acordado que o declarante entregaria R$ 20 mil em material, acrescido de uma comissão de 20% e o restante do valor seria devolvido para a pessoa de Luiz".

O empresário vai mais longe. Diz que o acordo compreendia em, após a entrega do material, ele emitiria uma nota fiscal atestada por Luiz. Em seguida, a nota fiscal ia para o setor Financeiro.

"Aí o Ulisses (Reiners de Carvalho, ex-presidente da Comissão de Licitação) atestou o documento fiscal e o valor foi creditado na conta corrente do declarante; afirma que, no dia do crédito, Luiz mandou uma pessoa, cujo nome não sabe informar, para acompanhar o declarante ao banco, momento em que foi sacado o valor creditado e, após deduzida a importância de R$ 20 mil mais 20% (de comissão), o numerário foi entregue à pessoa que o acompanhava. O valor foi entregue em moeda".

A transação ocorreu dentro de uma agência do Banco do Brasil no bairro CPA 2, e mostra como funcionava o esquema apontado pela Delegacia Fazendária e que acabou indiciando 18 pessoas em vários crimes, como formação de quadrilha, fraude à licitação e peculato. A pessoa que acompanhava os saques se trata de Ítalo Griggi, que ficou conhecido como o "sombra" do esquema.

 

 

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