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Empresa delatada por Silval recebe R$ 8 milhões do governo estadual

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Só Notícias/Gazeta Digital (foto: João Vieira/arquivo)

A   construtora   Rivoli   S.P.A.,   empresa  delatada  por  Silval  Barbosa,  recebeu  mais  uma  vez  do  governo  do  Estado  de  Mato  Grosso,  no  dia  7  de  junho,  valores  a  título  de  precatório  na  ordem  de  R$ 8 milhões. A empresa foi acusada  pelo  ex-governador  de  ter  pago  propina  no  valor  de  R$  8  milhões  ao  ex-deputado  Gilmar  Fabris  (PSD),  que  desejava  comprar  a  vaga  do  ex-conselheiro  Humberto  Bosaipo no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) no final de 2014.

Os precatórios são dívidas contraídas pelo próprio governo e reconhecidas por sentenças  do  Judiciário  que  transitaram  em  julgado.  Os  pagamentos  normalmente estabelecem uma ordem, por critérios de antiguidade e de valor, e  são  feitos  pela  Procuradoria   Geral   do   Estado   (PGE)  que  pode  discordar  dos cálculos.

O  precatório  recebido  recentemente  pela  Rivoli  S.P.A.  é  referente  à  retenção  de  impostos  de  renda  considerada     “indevida”     pela   Justiça   quando   foi   feito  o  primeiro  pagamento de precatório para a empresa,  no  início  de  2016,  depois  de  uma  decisão  do  juiz Onivaldo Budny, da Central dos Precatórios  do  Tribunal  de  Justiça  de  Mato  Grosso (TJMT).

O pagamento foi feito após uma negociação,  mediada  pela  Justiça,  entre  o  governo  do  Estado  e  a  empresa.  Segundo  advogados  que  trabalharam  no  processo,  a Rivoli aceitou reduzir o valor de R$ 53,1 milhões que tinha a receber por pagamentos  atrasados  desde  2013  por  conta  de  obras de infraestrutura.

Até  então  os  representantes  da  PGE  discordavam dos cálculos feitos pelos advogados  da  empresa  e  alegavam  que  o  valor a ser pago era, na verdade, de R$ 39 milhões.  A  PGE  não  informou  qual  foi  o  valor efetivamente pago mas, segundo os advogados  que  trabalharam  no  caso,  a  Rivoli  recebeu  cerca  de  30%  do  total  devido, o que daria cerca de R$ 15 milhões.

Segundo a delação do ex-governador, foi com R$ 8 milhões pagos pelo governo à Rivoli que o   ex-deputado   Gilmar   Fabris   procurou, no final de 2014, Silval Barbosa para comprar a vaga do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) que havia sido deixada por Humberto Bosaipo. Silval contou que o ex-deputado negociou com os representantes da empresa e que já havia combinado  com  os  outros  deputados o pagamento de propina  em  troca  da  escolha  do  seu  nome pela Assembleia.

O  valor  para  a  compra  da  cadeira   seria   levantado   por   meio do pagamento de precatório  da  Construtora  Rivoli,  no  valor aproximado de R$ 25 milhões. Fabris disse ter combinado  com  os  representantes  da  empresa que, se o Estado pagasse  em  torno  de  R$  8  milhões,  eles devolveriam todo o valor a título  de  propina,  mas  com  o  compromisso  de  que  o  parlamentar   continuaria   brigando   para receber o restante.

O   ex-governador   contou   que solicitou a alguém o pagamento  e  que  o  próprio  Fabris  confirmou ter recebido o valor da  propina  combinada.  O  parlamentar  desistiu  de  concorrer  a  vaga  depois  que  Walter  Rabello  faleceu,  titular  de  quem  Fabris era suplente.A  Rivoli  possuía  contratos  com o governo Silval Barbosa e Pedro  Taques  (PSDB)  e  foram  aditados  na  gestão  de  Mauro  Mendes  (DEM).

Somente  em  2019,  a  Rivoli  tem  R$  27,5  milhões a receber dos cofres públicos  por  conta  de  serviços  de  obra e engenharia. Em  junho  do  ano  passado  a  empresa  venceu  uma  licitação  da Secretaria de Estado de Infra-estrutura  (Sinfra)  por  Regime  Diferenciado   de   Contratação   (RDC)  onde  a  outra  empresa  concorrente   ficou   inabilitada.

Com  isso,  a  construtora  ficou  responsável  pela  construção  de  duas  pontes  rodoviárias  sobre  o  Ribeirão do Lipa, na rodovia MT-010,  no  trecho  que  liga  Cuiabá  ao município de Rosário Oeste. As  pontes  terão  36  metros  de  comprimento  e  15  de  largura. Com vigência de 270 dias, o valor  do  contrato  era  de  R$  3,7  milhões.

Em janeiro deste ano a Sinfra  aditou  duas  vezes,  em  uma  única  publicação,  o  contrato  com  a  construtora  que  foi  prorrogado até janeiro de 2021. Mas   o   mais   amplo   dos   acréscimos  em  contratos  com  a  empresa  ocorreu  em  uma  parceria firmada ainda durante  o  governo  Silval.  Em  fevereiro  Mauro  Mendes  (DEM)  aditou um contrato que supera os R$ 300 milhões. O primeiro aditivo, porém, ocorreu no governo Taques (PSDB) quanto o valor  total  do  contrato  saltou  de  R$  358  milhões  para  R$  359  milhões.

No  aditivo  mais  recente, do dia 15 de fevereiro, o  valor  total  saltou  para  R$  365  milhões.  O  governo  não  disponibiliza     informações     sobre  este  contrato  no  Portal  da Transparência estadual.

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