O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que determine um novo interrogatórios para o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-chefe de gabinete Sílvio Cézar Corrêa Araújo, delatores no inquérito que apura uma série de crimes exercidos ao longo das gestões de Blairo Maggi (PP) e Silval.
O pedido foi feito no último dia 15, um dia depois da operação Malebolge, deflagrada pela Polícia Federal em 64 locais, incluindo a casa e o gabinete de Emanuel Pinheiro. Segundo ele, na operação foi apreendida a gravação de uma conversa travada entre Sílvio Corrêa e o ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio na gestão Silval, Alan Zanatta, ocorrida no dia 28 de agosto.
Conforme a petição formulada pelo advogado do prefeito, André Jacob, a gravação, que foi periciada a pedido de Emanuel Pinheiro, mostra que os delatores mentiram à Procuradoria-Geral da República (PGR) e que se valeram de um “propósito mesquinho e vingativo” para prejudicá-lo em detrimento do cargo que ocupa e, com isso, ganhar benefícios junto à Justiça.
Além dos novos depoimentos de Silval e Sílvio, Emanuel também pediu que sejam colhidas as declarações de Alan Zanatta e de Valdecir Cardoso de Almeida, motorista e segurança de Sílvio Corrêa, que também aparece no áudio conversando com Alan.
“A Declaração pública também foi apreendida na busca e apreensão, comprovando que o delator Silvio Cezar faltou com a verdade, pois que o Sr. Valdecir Cardoso de Almeida, como seu assessor direto e segurança, tinha conhecimento de todos os fatos de decorreram das filmagens e outros mais, podendo esclarecer quanto a presença do requerente naquele dia e local”, diz trecho da petição.
Conforme a defesa, a oitiva de Valdecir Cardoso pode esclarecer também o real motivo para que Emanuel Pinheiro aparecesse no Palácio Paiaguás recebendo maços de dinheiro de Sílvio Corrêa, na época em que ainda era deputado estadual, o que gerou contra ele a acusação de que se tratava de dinheiro do chamado “mensalinho” pago pelo executivo aos parlamentares em troca de apoio e governabilidade.
O argumento apresentado pelo prefeito é de que ele estava apenas recebendo valores que Sílvio Corrêa devia ao irmão dele, referente a pesquisas de campanha eleitoral.
“A testemunha firma que o delator Silvio Cezar era devedor do irmão do Requerente, dívida não paga oriunda de pesquisas eleitorais, as quais o delator estava quitando com o requerente no referido dia que efetuou a filmagem. Afirma ainda, que o delator Silvio Cezar ciente da filmagem, fez questão de convidar o requerente, com o objetivo de prejudicá-lo, desvirtuando o contexto do pagamento que se fazia naquele momento, pois que se tratava de quitação de debito para com o irmão do requerente”, explica a defesa de Emanuel.