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Em telefonema a Lula, Palocci não diz se fica

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O ministro Antonio Palocci (Fazenda) conversou ontem, pelo telefone, com Lula. Manteve o suspense sobre a decisão de ficar ou sair do governo. Manifestou ao presidente o receio de que o seu eventual desembarque provoque mudanças na política econômica. Lula descartou a hipótese. E renovou o apelo para que Palocci permaneça no ministério.

Também pelo telefone, Palocci relatou o diálogo que manteve com Lula a um colega de ministério, ouvido na noite passada pelo blog. Ele contou que apenas repisou no diálogo com o presidente algo que já dissera a ele em conversa que os dois tiveram na quinta-feira da semana passada.

O ministro teme que sua saída provoque o que chama de “onda de gastança”. A abertura dos cofres, na opinião de Palocci, comprometeria a linha de austeridade que dá “credibilidade” ao governo. Lula também repetiu a Palocci o que afirmara na semana passada: a melhor maneira de manter intocada a segurança econômica que seu governo inspirada no mercado é a permanência de Palocci.

O ministro da Fazenda disse a Lula e ao interlocutor ouvido pelo repórter que retorna a Brasília no final da tarde desta terça-feira. Encontra-se refugiado, segundo informou, na fazenda de um amigo no interior de São Paulo. Pretende encontrar-se com o presidente ainda hoje. Dará, então, a sua palavra final.

Um dos auxiliares que conversaram com Lula ontem, também pelo telefone, avaliou ao repórter que ele parecia mais tranqüilo. Mostrava-se confiante de que Palocci optará por permanecer no governo. E manifestava o desejo de prestigiar o ministro com um pronunciamento público.

Palocci esperava por uma defesa de Lula desde a semana passada. O presidente havia programado injetar menções ao ministro num discurso que faria em viagem à Bahia. Mas a viagem foi cancelada. E, por ora, a única manifestação formal pró-Palocci foi um comunicado oficial do Planalto, feito a propósito de reportagem divulgada aqui.

Diante da revelação de que analisava uma lista de eventuais substitutos de Palocci, Lula ditou uma nota em que disse que a política econômica, de sua inteira responsabilidade, será mantida. E que não cogitava trocar Palocci por outro ministro.

Palocci acompanhou a repercussão da nota. Considerou-a insuficiente. Desejava uma fala direta de Lula. Daí a decisão do presidente de manifestar-se publicamente em favor do auxiliar nas próximas horas.

Oficialmente, o governo continua sustentando que Palocci comparecerá ao Senado no próximo dia 22, para explicar-se. Ontem, o Planalto foi surpreendido por uma nova e extemporânea convocação do ministro. Uma comissão da Câmara que analisa o projeto de criação do Fundeb, fundo de valorização do ensino básico, convocou-o para amanhã. Se ficar, Palocci deve refugar o “convite”. Concentrará as suas atenções no já programado depoimento ao Senado.

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