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Em depoimento, Dirceu nega participação no ‘mensalão’

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Em interrogatório realizado ontem, na Justiça Federal, em São Paulo, o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu voltou a negar qualquer participação no esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada conhecido como mensalão. As informações são do advogado do ex-ministro, José Luís de Oliveira Lima. Dirceu é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.

“O ministro José Dirceu rebateu pontualmente todas as acusações contidas na denúncia. Foi importante porque foi a primeira vez que ele pôde falar ao Judiciário. Ele negou qualquer participação com supostos fatos imputados na denúncia do procurador-geral [da República]”, disse o advogado após o término do interrogatório prestado pelo ministro na Segunda Vara Criminal Federal em São Paulo. José Dirceu saiu sem falar com a imprensa.

De acordo com Lima, Dirceu afirmou não ter conhecimento do esquema e negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também soubesse da compra de votos. Ele negou ainda que soubesse dos empréstimos realizados pelo PT nos Bancos BMG e Rural que tiveram como avalista o empresário Marcos Valério de Souza.

Segundo o advogado, Dirceu, no entanto, admitiu ter se encontrado com representantes dos dois bancos. “Ele teve reuniões com outros empresários e banqueiros, mas nos encontros com os empresários do BMG e do Banco Rural jamais foram tratados os empréstimos realizados ao PT”, afirmou.

Lima disse ainda que Dirceu afirmou que, após assumir a Casa Civil, em 2003, deixou de participar da gestão do PT e dos acordos do partido com as legendas da base. “Quando deixou a presidência do PT e assumiu a Casa Civil, ele [José Dirceu] saiu da executiva do partido porque não tinha tempo. Era humanamente impossível [conciliar a gestão do PT com a Casa Civil]”, disse Lima.

De acordo com o advogado, Dirceu negou ter conversado com o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, sobre questões financeiras dos partidos.

O depoimento, no Fórum Criminal Federal da Segunda Vara em São Paulo, foi tomado pela juíza federal Silvia Maria Rocha e pelos procuradores federais José Alfredo de Paula Silva e Rodrigo de Grandis.

Em 2006, a Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra 40 pessoas supostamente envolvidas com a compra e venda de votos que favorecessem o governo. Entre os acusados, parlamentares, ex-ministros, dirigentes do Banco Rural e Marcos Valério. O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu era apontado como chefe do esquema.

Em agosto de 2007, o STF converteu o processo em ação penal e os acusados passaram a responder como réus. O relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, autorizou juízes federais de oito estados e do Distrito Federal a interrogar os acusados e receber a defesa prévia dos réus, como forma de dar mais rapidez ao julgamento.

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