A reunião dos seis governadores do Brasil Central, realizada hoje, em Cuiabá, foi marcada pelo entusiasmo e otimismo em relação à parceria pioneira entre os estados. Os governadores destacaram como o bloco pode promover o desenvolvimento social e econômico da região, apontada como uma das mais promissoras do país.
Para governador Pedro Taques, a reunião foi um grande passo para o fortalecimento do grupo. “Mais do que debates, iniciamos aqui a concretização desse sonho”, disse Taques, ressaltando a força política e a importância estratégica dos estados do Brasil Central.
“Nós ajudamos muito o Brasil, agora o Brasil precisa ajudar mais os estados do Brasil Central. Imagina que nós temos um PIB [Produto Interno Bruto] que beira a R$ 800 bilhões, é muito dinheiro. Produzimos quase 50% da proteína vegetal do Brasil, temos o maior rebanho bovino, somos exportadores de energia. O investimento federal tem que ser pensado de forma estratégica. Não há um debate contra ninguém, mas é um debate de somas de forças, de união”, frisou o chefe do executivo de Mato Grosso.
O modelo de parceria proposto pelos estados do Brasil Central é, para o governador de Goiás, Marconi Perillo, muito divergente de tudo o que está sendo feito no país. “Se nós formos – e seremos – capazes de definir esta agenda, com certeza vamos estar a passos acelerados no sentido de nos destacarmos como o bloco geoeconômico mais significativo, mais expressivo e mais resolutivo do nosso país”.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, definiu a iniciativa como um “sopro de novidade no cenário nacional”, por ser uma política arrojada de desenvolvimento. Ressaltou também que o bloco nasce em um momento significativo para país, em um quadro de crise política, econômica e social. Para a evolução e o desenvolvimento almejado pelos Estados, Rollemberg defendeu a educação como área central para as mudanças, mas também sugeriu como pauta para os próximos encontros inclusão do turismo.
Na avaliação de Reinaldo Azambuja, chefe do executivo do Mato Grosso do Sul, o mercado é positivo para os estados do bloco, uma vez que o potencial da região é “imenso”. Segundo ele, gargalos como infraestrutura e logística ainda atrapalham o desenvolvimento, mas é justamente a união entre as federações, como acontece entre os Estados do Brasil Central, que irá acelerar o progresso.
Para a próxima reunião, marcada para setembro em Tocantins, Azambuja pediu que os Estados apresentem um desenho dos eixos prioritários e propostas na área de infraestrutura. “Podemos sentar para discutir com o Governo Federal qual é a melhor lógica de competitividade logística para os nossos estados. Precisamos discutir com aquilo que nos dê soluções práticas, rápidas e exequíveis para não ficar só como vendedor de sonho, como vemos em alguns programas”.
O mesmo tom foi mantido pelo governador de Rondônia, Confúcio Moura, o qual afirmou que o consórcio é uma “desobediência” ao modelo de política do país, que não vem dando certo. O consórcio, defendeu Moura, é uma oportunidade para a região se reinventar. Confúcio sugeriu, assim, a criação de fundos para a realização de investimentos e políticas para atrair investidores. “Não se saí da crise, de jeito nenhum, sem dinheiro na praça. Sem grana na mão do comerciante e do investidor. Tem que ter o mínimo de investimento. Este consórcio vai arrumar dinheiro.”
Por fim, o governador do Tocantins, Marcelo Miranda, sintetizou os objetivos do Fórum de Governadores do Brasil Central afirmando que a união entre os estados é o único meio para a sobrevivência em meio à crise nacional e mundial. “Se nós não dermos as mãos e não nos unirmos, não vamos chegar a lugar algum”.
Além dos governadores, os presidentes das Assembleias Legislativas do bloco também participaram da reunião. O grupo garantiu empenho máximo na aprovação de leis que viabilizem o consórcio. Segundo presidente da AL do Distrito Federal, Celina Leão, o bloco pode criar um novo momento no país. “Não adianta fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes, precisamos mudar o modelo de gestão”.