Mais do que a composição das câmaras de vereadores e prefeituras de Mato Grosso, as eleições municipais deste ano podem definir a formação e, principalmente, o tamanho da base do governo Pedro Taques (PSDB) dentro da Assembleia Legislativa. O assunto já é tema de especulação, tanto entre deputados da situação, quanto da oposição. Enquanto Zeca Viana (PDT) acredita que o bloco que defende a atual gestão pode reduzir consideravelmente, o líder do governo no Parlamento, Wilson Santos (PSDB), crê em um crescimento, mas evita fazer previsões.
Na avaliação do tucano, tanto é possível que deputados hoje da base deixem o grupo, quanto que outros, da oposição, mudem de lado. “Podemos ter alguns problemas, como podemos ter algumas adesões. Esse tabuleiro municipal é muito importante para os deputados estaduais. Passa por essa eleição a reeleição dos deputados ou, quem sabe, até um cargo mais elevado. Mas nós estamos atentos. Isso acaba trazendo um desconforto, mas a gente senta e entra em um entendimento”, ameniza o líder.
Para Zeca Viana, é possível que até 50% dos parlamentares deixem a base governista. Ele aponta como possíveis motivos o conflito natural entre as legendas nas disputas municipais e o suposto anúncio do governador de que não forneceria auxílio financeiro a nenhuma campanha neste ano. “O Pedro não vai dar aquele apoio financeiro que os governos anteriores davam. Ele já foi bem claro dizendo que não tem dinheiro e dinheiro público ele não vai dar. Isso vai fazer com que muitos candidatos do próprio PSDB revejam alguns pontos”, analisa o pedetista.
Antes das eleições municipais, no entanto, a possibilidade de troca de partido para parlamentares, sem o risco de perder o mandato, já deve promover uma alteração no cenário. E a movimentação dos deputados estaduais nesse sentido, até agora, tem apontado para um crescimento significativo da base governista.