O ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, preso esta manha na sétima fase da Operação Ararath, foi trasferido, no final da tarde, para o presídio do Carumbé, onde também está o ex-deputado estadual José Riva (PSD). Ele está depondo na Polícia Federal sobre as investigações que colocado parte dos seus bens (carros e imóveis) em nome de laranjas para evitar que fossem bloqueados pela justiça por conta das investigações da Operação Ararath – empréstimos fraudulentos feitos no governo Silval e que teriam sido pagos com recursos públicos. Ao todo, mais de R$ 100 milhões devem ser devolvidos aos cofres públicos, devido aos inúmeros crimes de corrupção que Eder responde.
De acordo com A Gazeta, membros e funcionários de empresas da família Piran estariam envolvidos nos esquemas de lavagem e ocultação de dinheiro, movidos por Eder. As investigações dão conta que Eder continuou a prática de crimes, mesmo após ser solto pela justiça, em agosto do ano passado. “Durante as investigações que ainda estão ocorrendo, foi identificado que o investigado continua movimentando patrimônio, apesar de estar determinado o bloqueio de milhões de reais, mas este dinheiro não está sendo encontrado. Descobrimos que este dinheiro está sendo ocultado de forma proposital e mesmo assim está havendo movimentação de patrimônio, seja de imóveis, de veículos, ou pagamento de contas de alto valor através de terceiros”, disse o delegado de Combate ao Crime Organizado, Marco Aurélio Faveri. “Dentro do que foi constatado, os imóveis estavam em nome ou de membros da família ou de funcionários da família Piran. E certo momento, são transferidos para familiares do Eder”.
Além de familiares do empresário Valdir Agostinho Piran, filhos e parentes de Eder Moraes também serviram como ‘laranjas’ para ocultar bens em nome do ex-secretário e sua esposa, Laura Tereza da Costa Dias. O delegado revelou que entre os ‘laranjas’ há a presença de menores de idade. Dentre eles, o próprio filho de Eder que tem apenas 16 anos. Ele foi ‘beneficiado’ com automóveis de luxo pelo pai.
Entre outros crimes, há a transação de imóveis por valores bem menores que de mercado. Faveri exemplificou que casas localizadas em condomínios de luxo, estimadas a mais de R$ 1 milhão, chegaram a ser vendidas por apenas R$ 50 mil.
“Na conta bancária do Eder, foi constatado zero reais, enquanto na conta da esposa nós encontramos apenas R$ 1 mil reais. Desta forma, a justiça já acionou os cartórios para que bloqueeiem os bens que foram identificados. O patrimônio ainda está sendo identificado", bem como "veículos, imóveis, que serão arrestados junto aos cartórios”.
Outro lado
O advogado Ronan Oliveira afirmou que o principal motivo da prisão de Eder é que teria transferido um terreno para o filho e provará que não houve qualquer movimentação ilegal dos bens.
(Atualizada às 08:34hs em 2/4)