O ex-secretário de Fazenda, da Casa Civil e da Copa, Eder Moraes, fez acusações, esta tarde, para deputados estaduais, durante reunião do Colégio de Lideres, na Assembleia, que promotores e procuradores teriam recebido ilegalmente cartas de crédito. Ele disse que fará delação premiada e defende a criação da CPI do Ministério Público. Eder teria feito as liberações quando era secretário de Fazenda, entre 2008 e 2009 e que as concessões, que ele sustenta serem ilegais, chegariam a R4 10 milhões.
A reunião foi a portas fechadas e a imprensa não pode acompanhar. "Ninguém peita o Ministério Público Estadual (MPE) e sei que vou pagar por estas declarações porque ninguém tem coragem de peitar o MPE", disse Eder. Ele declarou que os documentos entregues aos parlamentares mostram como as cartas de créditos foram concentradas e como o provimento foi realizado.“Cabe aos deputados julgarem se é procedente ou não a abertura da CPI das Cartas de Crédito. A sociedade merece saber que a situação deve ser investigada. Pau que bate em um, bate em dois”.
Eder disse que os deputados ficaram “assustados” ao ver o teor das provas apresentadas. “Foi um samba do criolo doído. Não realizaram estudo de impacto das cartas de crédito. Foi um ato de irresponsabilidade”, criticou.
Questionado sobre o objetivo das ter feito as denúncias só agora, Eder disse que a apresentação das provas não tem a intenção de tirar o foco da CPI das Obras da Copa, em que é o principal investigado por ter sido titular da Secopa.
Ao deixar a sala de reunião, o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) não quis entrar em detalhes, mas admitiu que as acusações de Eder são gravíssimas e precisam ser apuradas. Já Leonardo Albuquerque (DPT) disse apoiar a abertura da CPI porque o que foi dito precisa ser esclarecido. "A imagem do MPE está em jogo", avalia.
Outro lado
O Ministério Público de Mato Grosso, através da assessoria, informou que não se manifestará sobre as acusações de Eder, que este ano esteve preso acusado de envolvimento em empréstimos ilegais e que teriam sido pagos pelo governo, com dinheiro sendo destinado para políticos aliados do ex-governador Silval Barbosa. Silval comandou a Secretaria de fazenda durante o governo de Blairo Maggi.