quarta-feira, 1/maio/2024
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Doze políticos de Mato Grosso são citados em depoimentos de executivos da JBS

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Com a liberação da íntegra dos depoimentos dos executivos da JBS, sobe para 12 o número de políticos e personalidades públicas de Mato Grosso citadas ou investigadas no âmbito da operação Lava Jato. Entre os supostos crimes confessados por todos os colaboradores estão o pagamento de propinas, doações eleitorais não contabilizadas, o repasse de “mensalinhos” e até a compra de um dossiê falso contra o senador José Serra (PSDB). Entre os nomes revelados estão o de dois ex-governadores de Mato Grosso. O número de citações pode aumentar à medida em que as delações da JBS e de outras empresas em instâncias inferiores forem reveladas.

Os dois mais novos citados foram o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário Pedro Nadaf. Conforme o empresário Wesley Batista (foto), um dos donos da JBS, eles teriam recebido, ao longo de três anos, cerca de R$ 30 milhões em propina para a liberação de incentivos fiscais ilegítimos. Os pagamentos mensais teriam ocorrido por meio de transferências a empresas indicadas pelo próprio Nadaf. Em outras ocasiões, houve a retirada de dinheiro em espécie.

Antes de Silval e Nadaf, o ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (PP), teve aceita a abertura de um inquérito contra si no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado pelos executivos da Odebrecht de ter recebido, em sua campanha à reeleição para o governo de Mato Grosso, em 2006, R$ 12 milhões em troca do pagamento de uma dívida do Estado com a empreiteira. Os repasses teriam sido operacionalizados pelo ex-secretário Eder Moraes. Blairo e Eder negam a acusação.

Para dar celeridade aos pagamentos, a construtora admite ter subornado o ex-secretário Edmilson José dos Santos, o ex-procurador-geral do Estado, João Virgílio Nascimento Sobrinho, e o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho. Todos eles também negam as acusações.

Já na questão de doações não contabilizadas, dois nomes surgiram durante as investigações da Lava Jato. O do ex-vereador Lúdio Cabral (PT) e do ex-prefeito de Colniza, Assis Raupp (PMDB). Os dois teriam recebido recursos para campanhas eleitorais, mas não declararam estes repasses à Justiça Eleitoral. Raupp e Cabral também negam as acusações.

O ex-deputado federal por Mato Grosso, Pedro Henry (PP), foi citado na operação Lava Jato acusado de pedir R$ 2 milhões em propina à Odebrecht para, em troca, atuar em favor da aprovação de emenda à Medida Provisória nº 183 de 2004, que reduzia a zero a alíquota de impostos na importação e comercialização de fertilizantes e defensivos agrícolas.

O esquema de lavagem de dinheiro criado entre a Odebrecht e a cervejaria Itaipava não bancou apenas o caixa 2 de campanhas eleitorais, mas também a compra, em 2006, de um dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), episódio que ficaria famoso como o escândalo dos “aloprados do PT”. Foram presos em flagrante Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Valdebran era empresário e havia sido tesoureiro do PT em Mato Grosso em 2004. Gedimar havia sido agente da PF e se apresentava como advogado do PT.

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