O sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), acha que as contas bancárias de onde saiu o dinheiro que seria supostamente usado para comprar o dossiê contra tucanos, entre eles o candidato ao governo de São Paulo José Serra, já deveriam ter sido reveladas.
Sampaio afirmou há pouco que a comissão vai encaminhar hoje (22) um ofício pedindo que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) forneça esta informação o mais rápido possível.
O integrante da CPMI reclama do fato de as contas também não terem sido informadas para a Polícia Federal. “O Coaf já podia ter dado essa informação há muito tempo. E a PF, caso se empenhe mais, pode conseguir”.
Sampaio disse esperar que até segunda-feira o Coaf envie os dados bancários para a PF. Até agora, a Polícia Federal diz saber apenas os bancos envolvidos (Bradesco, Safra e Boston) e duas agências, nas cidades de Campo Grande (MS) e Caxias (RJ).
Questionado se o Coaf está retardando a investigação, o sub-relator respondeu: “Eu não disse que o governo não está ajudando, mas o Coaf é ligado ao Ministério da Fazenda”.
Sobre o conteúdo do dossiê, Sampaio afirma que a CPMI obteve todos os depoimentos para análise, mas que a PF é que tem condições de avaliar o conteúdo. “Pelo que se tem até agora, esse dossiê valeria R$ 10”. O valor apreendido pela PF, que seria supostamente utilizado para comprar o documento, é R$ 1,7 milhão.
A respeito da declaração do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para quem o caso está “praticamente esclarecido”, o deputado rebateu: “Não sabemos a origem do dinheiro, a motivação nem quais versões são verdadeiras. Então, não temos nada concluído, temos uma série de perguntas”.
Carlos Sampaio e Fernando Gabeira (PV-RJ) estiveram na Polícia Federal, em Brasília, para buscar cópias do inquérito sobre a negociação do dossiê.