O diretório nacional do PT se reúne neste sábado para avaliar os próximos passos do partido para sanar sua pior crise em 25 anos. A crise do “mensalão” provocou o destronamento de quase metade de sua cúpula e colocou sob suspeição uma dezena de parlamentares federais da legenda.
A Executiva Nacional se reuniu nesta semana e aprovou propostas que devem ser avaliadas hoje pelo diretório: uma referente ao novo modelo de financiamento de campanhas estaduais, outra sobre a contabilidade do partido e uma terceira sobre a remuneração dos dirigentes.
No diagnóstico da nova Executiva, que assumiu após a saída de quatro dos principais dirigentes do partido, o PT pecou por falhas no controle de suas contas além de problemas na administração.
Um levantamento da dívida total do partido desencadeou uma verdadeira grita dentro do partido quando mostrou o dobro das estimativas iniciais e atingiram a casa dos R$ 40 milhões.
Comissão de Ética
O diretório também deverá avaliar outro ponto que provocou polêmica dentro da legenda, e que teve seu desfecho nesta sexta-feira: a substituição de Danilo de Camargo, o coordenador da Comissão de Ética encarregada de avaliar as denúncias sobre o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que admitiu ter montado um esquema de “recursos não contabilizados” para financiar as campanhas eleitorais.
Camargo entrega hoje ao diretório o pedido de afastamento da comissão, após uma votação da Executiva que decidiu pela permanência do coordenador por 6 a 5 (com 4 abstenções). Os integrantes da Executiva votaram um requerimento de um dos membros da comissão, que colocou sob suspeição Camargo para coordenar os trabalhos.
O coordenador afirmou que “frente à pequena margem de confiança expressa na votação, não tenho mais como continuar membro da Comissão de Ética deste Diretório Nacional”.
Segundo o PT, a decisão não prejudica a audiência com Delúbio Soares, mantida para domingo. Um suplente deverá assumir a coordenação, mas seu nome ainda não está definido.
