Ao manifestar apoio ao processo de impeachment, o senador mato-grossense José Medeiros (PSD) contestou, ontem, os argumentos de que o afastamento de Dilma Rousseff constituiria um golpe de Estado como acusam os partidários da presidente. Ele ressaltou que o impeachment é um processo regular, constitucional e disse que o PT pediu impeachment dos presidentes Collor, Itamar e Fernando Henrique e ninguém classificou esses pedidos como golpistas.
“Ninguém destrói ninguém: as pessoas se constroem e se destroem pelos seus próprios atos. E foi isso que aconteceu. A presidente Dilma acabou se destruindo pela falta de relacionamento, pela dificuldade em conduzir as coisas, por tudo que aconteceu”.
Medeiros acrescentou que a Câmara dos Deputados só acolheu o impeachment de Dilma Rousseff sob pressão das manifestações de rua, que desde 2013 expressam o descontentamento da população.
O senador também negou que o presidente interino Michel Temer tenha a intenção de cortar programas sociais, mas ressalvou que o país se encontra pressionado pela responsabilidade fiscal e precisa definir prioridades nos gastos públicos. Ele afirmou que o descontrole de gastos levou Dilma Rousseff a cometer crimes de responsabilidade, que culminaram em seu afastamento.