A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos aprovou nota de apoio à prefeita de Rondolândia, Bett Sabah (PT). Ela assumiu o cargo em janeiro do ano passado e, há oito meses, tem recebido ameaças de morte. Há uma semana, foi informada de que sua “cabeça” valeria R$ 130 mil.
Em reunião da frente, hoje, a prefeita relatou que acredita estar sendo ameaçada por ter se contraposto a forças políticas tradicionais na cidade, fundada há 16 anos. Enfermeira e mãe de dois filhos, ela contou ter entrado na política na tentativa de resolver problemas crônicos no município, como a falta de água. Rondolândia tem cerca de 3,6 mil habitantes e fica a 1,1 mil quilômetros de Cuiabá, na fronteira com Rondônia.
Bett Sabah disse que procurou proteção das forças policias em Mato Grosso, mas foi informada de que não haveria efetivo suficiente e que seria melhor contratar segurança particular. "Já falei com o Ministério Público Federal e com a Secretaria de Segurança Pública. Vim até Brasília para verificar se consigo resolver esse problema, porque não é só a minha segurança, mas a do município também. O Estado tem de fazer sua parte e resguardar a vida das pessoas”.
A frente decidiu acompanhar Bett Sabah em visita à ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, além de designar um grupo de parlamentares para ir a Mato Grosso e falar com o governador Silval Barbosa.
Segundo a coordenadora do colegiado, deputada Erika Kokay (PT-DF), é necessário relatar o caso a diferentes autoridades. "Não podemos permitir que uma prefeita seja ameaçada de forma próxima à barbárie por alguém que busca se impor ao estado democrático de direito”.
A frente parlamentar vai reforçar a necessidade de Bett Sabah ser integrada ao Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, a fim de que possa receber apoio da Polícia Federal. O pedido já foi feito à Secretaria de Direitos Humanos, responsável pelo programa, mas os parlamentares querem acelerar o processo.