quinta-feira, 25/abril/2024
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Deputados de Mato Grosso criam Parlamento do Centro-Oeste

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A proposta de Mato Grosso de se criar na estrutura da União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale) um parlamento exclusivo de deputados da região Centro-Oeste – chamado de Parlacentro – foi aprovada por unanimidade na IX Conferência, encerrada em Mata de São João, na Bahia. O presidente da entidade é o deputado federal por Brasília, Peniel Pacheco. O deputado estadual Humberto Bosaipo foi indicado secretário-geral da entidade.

A aprovação do Parlacentro foi considerado uma vitória dos cinco deputados estaduais que representaram Mato Grosso na Conferência da Unale. Todos agiram no sentido de convencer os mais de 300 deputados estaduais de mais de 20 estados para a importância da proposta. Representaram o Estado na Conferência, além de Humberto Bosaipo, os deputados estaduais Gilmar Fabris, Hermínio J. Barreto, Chico Daltro e Sérgio Ricardo.

“Esta foi uma vitória de todos que acreditam na importância da nossa região como pólo de desenvolvimento, com três ecossistemas fantásticos”, avaliou o deputado Sérgio Ricado. “Foi uma demonstração de união independente de sigla partidária”, completou o deputado estadual Hermínio J. Barreto. Gilmar Fabris também destacou a conquista. “Fomos com propostas e isso fez a diferença”.

O Parlacentro nasce com o objetivo de unir as forças políticas dos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal em torno de objetivos comuns e estratégicos para o desenvolvimento da região. A idéia, segundo o presidente eleito, é fomentar o debate e promover ações que possam valorizar e dar peso para a representação política regional. “Vamos discutir os temas nacionais tendo como foco as diferenças regionais”, informou o presidente do Parlamento do Centro-Oeste, Peniel Pacheco.

Para o deputado estadual Humberto Bosaipo, articulador da proposta de criação do Parlacentro, houve o entendimento de que seria importante que a presidência da recém-criada entidade ficasse em Brasília em função da localização estratégica e da necessidade de sua estruturação.

“Brasília é o foco da discussão política e convenci os demais deputados da região Centro-Oeste sobre a importância de colocarmos um primeiro presidente dali”, informou o deputado mato-grossense, que chegou a receber apelos de deputados do Mato Grosso do Sul e Goiás para que assumisse a presidência da entidade. “Como secretário-geral poderei contribuir da mesma forma”, ponderou Bosaipo.

Entre outros temas, caberá ao Parlamento do Centro-Oeste o encaminhamento de discussões como o asfaltamento de rodovias, extensão de trilhos de ferrovia, a utilização dos fundos constitucionais, questões energéticas, indígenas e ambientais entre outros pontos considerados estratégicos para o desenvolvimento da região.

IX Unale

A Conferência realizada na Bahia foi uma das mais discutidas dos últimos anos. Os painéis realizados levantaram debates que estão na pauta da política brasileira, como pacto federativo”, desmatamento da Amazônia e a reforma política.

O pacto federativo foi abordado no primeiro dia de discussão pelo governador da Bahia, Paulo Souto, que defendeu a necessidade “urgente” de se rediscutir a distribuição de recursos do país. “Se continuar do jeito que está os estados e municípios brasileiros estarão inviabilizados financeiramente em pouquíssimo tempo”, disse o governador baiano.

Já a questão da Amazônia foi debatida pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga. Ele fez um balanço sobre a sua gestão na área ambiental, alertando também para o fato de que não há um controle hoje sobre a compra de grandes áreas por empresas e grupos internacionais. “Esse é um risco iminente que corremos. Não sei hoje quanto da Amazônica pertence realmente aos brasileiros”, admitiu Braga.

A reforma política foi discutida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Entre as notícias que suscitou, Calheiros garantiu que pelo menos três mudanças irão acontecer já nas eleições do ano que vem: o fim da verticalização partidária, o aumento para dois anos da fidelidade partidária (hoje se exige tempo de filiação de um ano) e a implantação de um sistema de federação partidária – que precede a exigência da chamada “cláusula de barreiras”. Nesta última mudança, os partidos que não obtiverem 5% dos votos válidos em pelo menos nove estados não obteriam seus registros junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“As discussões foram de altíssimo nível”, elogiou o deputado estadual Gilmar Fabris. Para ele, é através de fóruns deste nível que a classe política pode realmente discutir temas relevantes, apresentando resultados concretos à sociedade. “Ninguém quer saber de conversa fiada, mas de prática”, exaltou.

Composição da Unale

O novo presidente da Unale, eleito na noite da última sexta-feira, no encerramento do evento, é o deputado estadual José Távora (RJ). Ele venceu uma disputa acirrada com o então presidente da entidade, deputado Leal Júnior (PI). Távora recebeu 69 votos e Júnior 68 votos. O deputado estadual Gaguinho (TO) – com uma candidatura alternativa – obteve 27 votos. O secretário-geral da entidade eleito é o deputado Ernesto Holler (GO).

Mato Grosso está representado na nova direção da Unale pelo deputado estadual Hermínio J. Barreto, que é membro titular do Conselho Fiscal. A deputada Vera Araújo também foi indicada para integrar a Secretaria de Mulheres da entidade.

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