Os deputados Eduardo Botelho (União) e Lúdio Cabral (PT), ambos pré-candidatos a prefeito de Cuiabá, bateram boca, esta manhã, na sessão da Assembleia, quando era analisado projeto de lei para licitação para a concessão do BRT (ônibus de rápido) que está sendo construído e para fixar em R$ 1 a tarifa pelo prazo de 5 anos. Em determinado momento, o presidente da Assembleia se levantou e deu empurrão em Lúdio.
Eles se desentenderam sobre pedido de urgência na votação do projeto feito por Lúdio e tinha 11 assinaturas. Mas alguns deputados recuaram e retiraram assinatura após o bate boca. Botelho estava em sua cadeira presidindo a sessão quando Lúdio foi a mesa diretora e tirou foto, pelo celular, de um documento. Eles passaram a discutir. Em determinado momento, o presidente da Assembleia passou a subir o tom e apontar dedo para o petista. Lúdio também subiu o tom. Botelho se levantou e empurrou Lúdio. O deputado Beto Dois a Um ‘segurou’ Botelho enquanto uma assessora pedia calma para Lúdio, que não revidou.
O deputado Max Russi estava fazendo uso da palavra quando houve a confusão e interrompeu a fala. Gilberto Cattani aguardava, na tribuna.
Lúdio passou a cobrar Botelho: “tem que ter respeito ! Tem que ter compostura”. O presidente retrucou apontando dedo e cobrando do petista respeito e compostura. O áudio da sessão é cortado. Beto Dois a Um afasta Lúdio até a tribuna. O áudio é ‘retomado’ e Botelho dispara: “palhaçada aqui não, vamo respeitar”. Lucio repete: “compostura”!. Outros deputados se aproximam de Lúdio e pedem calma.
Pouco depois, mais calmo, Botelho declarou durante a sessão que “o assunto (urgência na votação do projeto) tem que ser discutido. O que eu falei é que não tem necessidade de expor os colegas (que assinaram requerimento de urgência e alguns recuaram) de fazer uma chamada nominal para querer depois expor os nomes dos colegas (deputados). Somos uma Casa que tem que ter respeito as ideias, agora tem que respeitar os colegas”. “Peço ao senhor que continue fazendo discussão de alto nível. Não venha com essa discussão de acusação que algum tá sumindo… ninguém vai sumir com nada”, ponderou Botelho.
Lúdio pediu a palavra, ‘pela ordem’, e Botelho concedeu. “É desta forma, senhor presidente, que um presidente da Assembleia tem que se comportar falando de forma respeitosa. Todos os deputados me conhecem. A minha relação com todos sempre foi de respeito, que é recíproco. Agora, não tem sentido o presidente da Assembleia perder a cabeça e partir pra agressão física. Não tem sentido ! O senhor precisa se desculpar porque isso não é compostura não é comportamento de que tem decoro parlamentar. E é meu dever dizer isso”, cobrou. “Não pode perder a cabeça, não pode apelar, não pode levantar e partir para agressão especialmente dentro do parlamento”, concluiu.
Em seguida, Botelho rebateu. “O senhor vamos ter compostura de respeitar os colegas”. “Já disse, não aceito aqui dentro a falta de respeito com os colegas. A partir do momento que vem com desrespeito eu não aceito!”. “Eu respeito todo mundo aqui dentro, sempre respeitei”, “vou para 8 anos nessa presidência e sempre tratei oposição e situação com maior respeito. E quando vir se dirigir a mim com respeito e com calma. Não adianta vir agressão pra mim, que vai receber agressão. Eu sou um cara que nasceu na rua, apanhando de polícia na rua quando me chamavam para fazer graça. Então, eu não aceito ninguém, ninguém fazer graça com a minha cara. Se vier com respeito, terá respeito, se vier com briga, terá briga. E quiser vir para briga vou para briga mesmo. Comigo é respeito”, concluiu.
O pedido de urgência para votar o projeto foi derrubado por 13 votos.
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