A posição de alguns deputados que sinalizaram retirar suas assinaturas do requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na aquisição e perda de medicamentos de alto custo acabou criando um clima de beligerância entre os próprios deputados com acusações mútuas que acabaram envolvendo o governo do Estado.
O autor do requerimento, deputado Ademir Brunetto (PT), insinuou que o deputado Airton Português (PSD) teria retirado sua assinatura após pressão do Palácio Paiaguás. A posição do petista gerou uma reação em cadeia que começou pelo líder do PSD, deputado Walter Rabello, passou pelo deputado José Domingos Fraga (PSD) e desaguou no deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), que reconheceu o direito de qualquer parlamentar apor sua assinatura a favor da CPI como também retirá-la.
"Vislumbro que alguns estão querendo politizar um fato que deveria ser tratado com mais respeito, que é o trabalho parlamentar e investigações que têm um único interesse, esclarecer e permitir que os medicamentos de alto custo possam atender a população que não tem recursos para adquiri-los", disse Dal Bosco, que também assina o pedido de CPI.
O clima esquentou porque havia no requerimento de pedido de CPI o número mínimo para se criar a comissão, que são 8 assinaturas. Mas com a retirada do nome de Airton Português, a CPI acaba ficando prejudicada, já que sua instalação ainda dependeria do encerramento de qualquer uma das outras três comissões que se encontram ativas no Parlamento Estadual e que fiscalizam as PCHs, o MT Saúde e a Telefonia Móvel Celular.
O deputado Airton Português assinalou que a decisão de retirar sua assinatura foi motivada por já estar a Delegacia Fazendária investigando a questão dos remédios e de seus vencimentos por determinação do governo do Estado e contra-atacou sinalizando que o deputado petista Ademir Brunetto quer politizar a Saúde mas não quer investigar a Educação, que é comandada por outro petista, Ságuas Moraes.