O deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) rechaçou as afirmações do governador Pedro Taques (PDT) que sugeriram uma postura dúbia de sua parte em relação ao governo do Estado e reafirmou ser um parlamentar “independente” na Assembleia Legislativa. Ou seja, que não pode ser enquadrado nem como oposição, nem como membro da base governista.
As declarações de Taques foram no sentido de justificar a exoneração de 15 servidores do Palácio Paiaguás que haviam sido indicados pelo republicano. “O que a pessoa não pode querer é o sábado dormir solteiro e o domingo dormir casado. Você tem que escolher o seu destino”, pontuou o governador, se referindo ao fato de Emanuel, em sua avaliação, ter postura de oposição, mas continuar a participar da gestão por meio destas indicações.
“Eu nunca deixei de dormir solteiro. Ele é que flertou comigo e não me conquistou, por isso, deve estar bravo”, respondeu o republicano, lembrando o período pré-eleitoral de 2014, quando PDT e PR ensaiaram uma aproximação que acabou não dando certo.
Apesar da iniciativa de Taques, de exonerar seus indicados, o deputado garante que manterá a mesma postura no Parlamento. Criticando o governo quando achar necessário e apoiando as iniciativas que julgar que atendam o interesse da população. “Se esse (as exonerações) é o preço a pagar pela independência, eu prefiro continuar solteiro”, pontuou.
O distanciamento entre Taques e Emanuel já havia ficado claro em um encontro que os dois tiveram na última quinta-feira (16), em um evento realizado em Várzea Grande. Na ocasião, o deputado e o governador trocaram farpas, mas sem perder a “elegância”.
Enquanto o republicano cobrou uma postura mais democrática do governador, ressaltando que Taques “não é Deus, perfeito e que nunca erra” e que deveria mudar de postura em relação à gestão passada, deixando de “propagar o caos” quando se trata da situação financeira de Mato Grosso; o pedetista teria dito que Emanuel deveria “falar menos e agir mais” e lembrado do apoio PR ao governo Silval Barbosa (PMDB) e da inércia dos deputados da legenda em relação àquele que considera o maior escândalo do Estado, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.
Os servidores indicados por Emanuel Pinheiro foram exonerados logo após o deputado se colocar contra o decreto 53/2015 editado por Taques e que contém regras para o pagamento das dívidas inscritas nos restos a pagar deixados pelo governo Silval Barbosa.
Segundo o deputado, as indicações haviam sido feitas todas ainda na gestão passada e haviam sido mantidas, até então. Emanuel disse, no entanto, estranhar a afirmação do governador de que as exonerações ocorreram por conta de sua postura em relação ao governo, tendo em vista que o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, teria negado motivos políticos e sustentado ser uma medida natural de renovação da gestão pública.