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Deputado Pedro Henry diz que não renuncia mesmo com decisão de corregedoria

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Renuncia nem pensar. O deputado federal Pedro Henry (PP) disse nesta segunda-feira, em Cuiabá, ao acompanhar prefeitos de sua base eleitoral em reunião na Associação Mato-grossense dos Municípios, que vai enfrentar a Comissão de Ética e as demais instâncias da Câmara dos Deputados no episódio em que seu nome aparece como um dos operadores do “mensalão”. O nome de Henry foi citado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). “Eu tenho pressa de resolver logo isso. Até o momento não apareceu qualquer prova contra mim a não ser a declaração de um deputado que confessou ser corrupto” – disse, ao admitir a tese do “julgamento político” pela Câmara.
     
Nesta segunda-feira, a Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados aprovou o parecer do relator, deputado Robson Tuma (PFL-SP) recomendando à Mesa Diretora o envio de representação para a perda de mandato por quebra de decoro parlamentar dos 18 deputados já citados no relatório preliminar conjunto das comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) da Compra de Votos e dos Correios. No parecer, Robson Tuma conclui que houve “recebimento de vantagem pecuniária irregular por parlamentares”, mas não faz ressalvas ou citações específicas.
     
Henry se disse “absolutamente tranqüilo” com relação as acusações. “Já fiz a minha defesa. Eu estou cobrando da Câmara dos Deputados, daqueles deputados que estão à frente das comissões de inquérito que me investiguem. Estou pronto para ser investigado. Já passei por duas CPMIs, já passei pela Procuradoria da República, Polícia Federal, enfim. Nada apareceu contra mim” – frisou. Henry foi apontado pelo deputado Roberto Jefferson como um dos distribuidores do “mensalão”. Também teria sido responsável por pressionar o PTB para participar do esquema.
     
Ex-líder do PP na Câmara, Pedro Henry confirmou que convidou parlamentares de outros partidos para integrarem o PP sem, entretanto, oferecer-lhes compensações financeiras, mas apenas relatorias de projetos e presidências regionais do partido. No atual governo, 24 deputados ingressaram no PP e outros 18 deixaram o partido. Dos 24 que entraram, 17 mudaram para o PP nos anos de 2003 e 2004, quando ele exercia a liderança da legenda. O ex-líder apresentou um estudo comprovando que o PP foi menos fiel ao governo no Congresso do que o PTB – em algumas votações menos da metade (45%) dos deputados do PP teriam votado com o governo.
     
Em determinado momento do processo, o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu que iria incluir o nome do deputado de Mato Grosso em seu relatório, mas que faria ressalva de que não foram encontradas provas de envolvimento com o esquema de “mensalão” denunciado por Jefferson (PTB-RJ). Porém, acabou voltando atrás por causa da pressão política.
     
Nesta terça-feira, a Mesa Diretoria se reúne a partir das 14 horas para apreciar o levantamento feito pela Comissão de Sindicância. O texto será submetido à votação dos sete parlamentares da Mesa. Em caso de empate, a decisão caberá ao presidente da Casa, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que está sob suspeita de ter recebido propina de um empresário. Mas os indícios de que o assunto vai ser levado de forma política ficou evidenciado na declaração do corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI). Ele antecipou que, amanhã, votará de acordo o relatório apresentado pela Comissão de Sindicância.
     
 “Se houve um julgamento político eu vou fazer política” – frisou Pedro Henry. “Não cheguei até onde cheguei sem fazer política”. O parlamentar frisou que a hipótese de renunciar é tão remota que ele disse preferir voltar para a iniciativa privada, onde exerce a profissão de médico, caso a Câmara mantenha essa linha.

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