Único integrante da bancada federal de Mato Grosso presente no ato pró-impeachment, em Cuiabá, neste final de semana, o deputado federal Victório Galli (PSC) foi aplaudido pelos participantes e não poupou críticas ao governo da petista Dilma Rousseff. Ele afirmou que vota “a favor do povo” e disse que a presidente precisa ser destituída do cargo para o vice assumir a presidência. “Porque o Michel Temer é mais político, ele sabe conversar e é muito articulista. Eu acredito que vai melhorar”.
Questionado sobre o fato de o PMDB também fazer parte do governo e, portanto, responsável junto com o PT pelo atual cenário de crise política, econômica e de representatividade política, Galli justificou que a mudança precisa ser ampla. “Infelizmente, na realidade a gente precisa limpar tudo, mas uma limpeza geral, mas só o fato da Câmara aceitar a admissibilidade do impeachment o dólar caiu e as bolsas subiram. Então, o Brasil precisa de um respiro político”.
Galli concorda que o PMDB tem está envolvido nos principais escândalos políticos dos últimos tempos e o melhor exemplo é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, investigado na Operação Lava Jato por corrupção na Petrobras e manter contas não declaradas na Suíça. Na denúncia de 85 páginas contra Cunha apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 20 de agosto, o procurador-geral pediu a condenação do peemedebista, acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No entanto, o deputado Galli pondera que na hipótese do vice-presidente Michel Temer assumir o comando do país, “vai oxigenar mais a política”. Ele também comentou sobre a judicialização do processo de abertura de impeachment contra Dilma, pois agora caberá ao Supremo decidir os próximos passos e criticou a postura da mais alta corte do Judiciário Brasileiro. “Na minha avaliação eu acho negativo isso porque se a Câmara aprovar é suficiente. A Câmara representa o povo, 11 ministros não representam o povo. Quem representa o povo é 513 parlamentares”.
Está marcado para, esta quarta-feira (16), o julgamento de uma ação apresentada pelo PC do B que pretende suspender o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Na sessão do Supremo, serão julgados diversos pedidos do partido para alterar o trâmite previsto em lei e no regimento da Câmara sobre o andamento do processo.
O ato contra Dilma em Cuiabá reuniu, segundo a Polícia Militar, 2,4 mil pessoas, número inferior ao apontado pelos organizadores que falaram em 5 mil participantes. Sobre sua participação no protesto, Victorio Galli disse que participou porque é um cidadão brasileiro e está junto com o povo exigindo mudança. “Não da para aguentar mais este desgoverno que está acontecendo. Não queria isso, é muito ruim para a nação, mas precisamos disto. É muito imposto para nós e ainda estão querendo ressuscitar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)”.
Na manifestação, os participantes cobraram dos deputados federais de Mato Grosso e senadores que se posicionem publicamente sobre o pedido de impeachment da presidente. Quem já declarou ser contrário, caso do deputado Ságuas Moraes (PT) e o senador Wellington Fagundes (PR), foram proferidas diversas críticas, vaias e até palavrões. “No meu entendimento quem foi feito para ficar em cima do muro é tijolo, não sou tijolo tenho que tomar minha posição”, disse Galli evitando tecer críticas diretas aos demais colegas parlamentares que representam Mato Grosso na Câmara Federal.