O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) destacou, em seu pronunciamento na Câmara, ontem, que a expansão agrícola dos últimos anos, principalmente em Mato Grosso, vem contribuindo de forma expressiva para o saldo da balança comercial brasileira. “Enquanto o Brasil fechou 2014 com quase US$ 4 bilhões de déficit, Mato Grosso encerrou o mesmo período com superávit próximo a US$ 14 bilhões. Nos últimos 15 anos, a produção das três principais culturas – soja, milho e algodão – passou de 13 milhões de toneladas para 50,4 milhões de toneladas. Um crescimento de quase 400%”.
Ao traçar um panorama do desenvolvimento ocorrido no Estado, o parlamentar ressaltou que Mato Grosso reduziu em 80% o desmatamento entre 2006 e 2014, período em que quase se triplicou a produção. “Nossa agricultura é plantada em 10% do território. A pecuária e outras atividades ocupam 28%. Ou seja, Mato Grosso, o celeiro do agronegócio, tem 62% das áreas preservadas”.
Em seu pronunciamento de pouco mais de 25 minutos, Sachetti abordou ainda temas como infraestrutura e questões indígenas. O deputado criticou, por exemplo, a lentidão na pavimentação de 130 quilômetros da BR-163, no trecho entre Sinop e o Porto de Miritituba, e na construção da BR-158. As duas vias cortam o estado e estão entre as principais rotas de escoamento da produção local.
“Se olharem no mapa rodoviário, a BR-158 consta como sendo toda asfaltada. Convido os nobres colegas a irem comigo lá, na época das chuvas, para verem o atoleiro que é aquela estrada. Um absurdo!”, pontuou. Um dos motivos deste atraso, segundo o parlamentar, foi a necessidade de se incluir um desvio de mais de 100 quilômetros, a fim de se contornar uma reserva indígena.
“Mas eu pergunto, por que não viram isso antes? Quem é que vai pagar essa conta? Quanto tempo isso vai demorar?”, questionou Sachetti. Ele apontou, contudo, que na questão envolvendo índios existem fatos mais graves do que a indefinição sobre a demarcação de terras indígenas.
“São problemas como desnutrição infantil, doenças, alcoolismo, suicídio e até fome. Os índios querem é viver bem, com dignidade, saúde educação e bem estar”.
Sachetti também lembrou o empresário Olacyr de Moraes, que já foi considerado Rei da Soja no estado, falecido no último dia 16. “Este homem deixou um imenso legado para a agricultura brasileira, em especial para o algodão”, afirmou. “Se hoje produzimos um algodão da melhor qualidade, respeitado em todo mundo, muito devemos à ousadia de Olacyr de Moraes”.