O vice-líder do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados, o deputado mato-grossense José Medeiros (Podemos) decidiu defender não apenas o palácio do Planalto e ampliou sua atuação para o ministério da Justiça. Ele protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o colega de parlamento, Glauber Braga (PSOL-RJ), por ter chamado Moro de “capanga da milícia e capanga da família Bolsonaro” durante uma audiência pública realizada dia 12 de fevereiro na casa.
Medeiros entendeu que Glauber Braga e desafeto do parlamentar de Mato Grosso desde a divulgação das informações da Vaza Jato pelo site The Intercept Brasil – abusou da imunidade parlamentar e desrespeitou Moro e as instituições brasileiras com expressões agressivas que, na opinião de Medeiros, configuram injúria.
No documento, Medeiros não pede cassação nem outra punição específica a Glauber. Solicita apenas que a denúncia seja encaminhada para a Corregedoria “para os trâmites de praxe, se assim entender”.
“O ministro estava na comissão como convidado para debater um tema importante e de grande relevância para o Brasil [prisão em segunda instância] e o deputado Glauber, demonstrando total destempero e falta de decoro, praticou ofensas morais, deixou de cumprir com os deveres fundamentais de deputado e tumultuou a sessão da comissão, provocando o seu encerramento. Tais fatos demonstram a gravidade e o desrespeito do deputado Glauber Braga para com o ministro de Justiça e as instituições democráticas brasileiras, tendo claramente abusado de sua imunidade parlamentar”, aponta em trecho da representação.
Em outubro passado, o PSL, então partido de Bolsonaro, entrou com a primeira representação no Conselho de Ética contra Glauber por ter chamado Moro de “juiz ladrão”. A denúncia foi rejeitada por dez votos a zero.
Sobre a primeira rejeição, Medeiros foi às redes sociais dizer que a reincidência deve pesar contra Glauber e que, por isso, acredita que seu pedido pode avançar: “Muita gente veio aqui me dizer: ‘ahh, mas não vai dar nada…’ sobre a representação que protocolamos contra esse rapaz no Conselho de Ética por ofender o ministro Moro. Vai dar sim. O acúmulo de denúncias vai pesando e a reincidência conta. Nós precisamos nos opor a estes ataques sorrateiros. O que eles mais querem é que não façamos nada”.
•Atualizada com correções às 14:41h