O nome do deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) apareceu na relação de parlamentares que contrataram assessores de ex-deputados cassados por envolvimento no “mensalão”. Petista convicto e histórico, Abicalil ficou com a missão de manter um funcionário que trabalhava com o então deputado José Dirceu. Ao todo, segundo o levantamento, ex-assessores dos supostos mensaleiros foram alocados, sem concurso público, em gabinetes de correligionários, de suplentes ou em órgãos da Câmara sob influência dos partidos.
Carlos Abicalil disse, sobre a contratação de um ex-assessor de Dirceu, que não houve pedido do deputado. “Houve análise de currículo conforme procedimento adotado desde 2003. O servidor em tela já havia trabalhado por sete anos em outros gabinetes, portanto com vasta experiência” – disse o parlamentar mato-grossense, que, na CPI dos Correios, chegou a articular um relatório em separado.
O “campeão” na tarefa de emplacar ex-assessores foi Carlos Rodrigues (sem partido-RJ), que passou uma temporada preso em Cuiabá, acusado de envolvimento no esquema de superfaturamento de ambulâncias – o chamado “esquema dos sanguessugas”. Rodrigues renunciou para escapar da cassação. Sete ex-funcionários continuaram trabalhando para Reinaldo Gripp (PL-RJ), que assumiu a vaga. Todos, porém, já foram exonerados. Um deles, Lidio Couto Amorim, migrou para o gabinete de Wanderval Santos (PL-SP), acusado de envolvimento com o mensalão que acabou absolvido. Vieira Reis (PRB-RJ) e Zelinda Novaes (PFL-BA) também abrigaram ex-funcionários de Rodrigues.