Com o desejo já anunciado de deixar o PSD para uma possível filiação ao PMDB, o deputado estadual Gilmar Fabris deve tentar um acordo com o presidente nacional de sua atual legenda, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para ser “expulso” da sigla. A intenção do pessedista, que pretende viajar a Brasília nesta semana, é que o partido o rejeite para evitar possíveis questionamentos do Ministério Público Eleitoral quanto a sua desfiliação.
“A questão da liberação não é simples, porque o presidente pode liberar e o Ministério Público cobrar a fidelidade. Mas se for uma exclusão do partido porque ele não deseja mais você na agremiação, aí sim. O Ministério Público não cobraria, porque lá você é ‘persona non grata’”, explica Fabris, segundo quem o argumento do PSD pode ser o que ele não estaria cumprindo o regimento da legenda ou acompanhando os encaminhamentos.
Fabris deve ir a Brasília acompanhado da deputada correligionária Janaína Riva, que também pretende solicitar a Kassab uma liberação para deixar o PSD e migrar para o PMDB. A pessedista, no entanto, se diz mais confiante de que apenas a autorização do ministro será o suficiente para a mudança sem o risco de perder o mandato. Segundo ela, sua assessoria jurídica já encontrou casos julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que o mandato do parlamentar foi assegurado.
Em Mato Grosso, o único caso semelhante, todavia, não teve o mesmo desfecho. A situação envolveu o então deputado estadual Walter Rabello (já falecido), que havia trocado o PMDB pelo PP e acabou cassado após a infidelidade ser denunciada pelo MP.