O delegado Flávio Henrique Stringueta, denunciou o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, por ameaça de morte. O caso teria ocorrido na última quarta-feira (28) em um supermercado da capital. De acordo com o Boletim de Ocorrência que o Gazeta Digital teve acesso, Stringueta narra que Rogers estava bastante "ansioso e provocativo" e chegou a se aproximar muito perto do delegado. "(…) chamando o comunicante de covarde e mentiroso".
"O comunicante ainda narra que Rogers disse que queria resolver o nosso problema de homem para homem, olho por olho, dando a entender que queria confrontar fisicamente o comunicante", diz trecho do BO. O ex-secretário ainda teria dito que a sua prisão foi fruto de uma armação, articulada pelo desembargador Orlando Perri. Rogers chegou a ser afastado e depois, durante a Operação Esdras, que investigava uma tentativa de obstrução no esquema de escutas telefônicas ilegais, que ficou conhecido como grampolândia pantaneira, que atingiu em cheio alto comando da Policia Militar de Mato Grosso e o governo Pedro Taques (PSDB).
O ex-secretário também teria gritado que a delegada Alana Cardoso teria mentido em seu depoimento. "(…) Em dado momento da conversa, Rogers falou que acabaria com todos vocês", narrou Stringueta em seu boletim de ocorrência.
"Rogers disse novamente que era para resolvermos nosso problema como homem e pediu para o comunicante marcar dia, hora e local para tanto", continua Stringueta em seu depoimento.
O delegado ainda disse que já solicitou as imagens do supermercado e que irá entregar à polícia. Ao Gazeta Digital, Flávio Stringueta confirmou as ameaças e disse que Rogers parecia bastante desequilibrado. "Fez bobagem novamente. Jamais um investigado pode confrontar quem o investigou dessa forma. É inconcebível. Foi a primeira vez que me aconteceu em 20 anos de polícia", disse.
Stringueta e Rogers não vêm se entendendo desde 2016. Ambos já trocaram ofensas pela imprensa. O clima esquentou de vez durante as investigações da grampolândia pantaneira, quando Stringueta foi nomeado por Orlando Perri, para investigar as interceptações telefônicas clandestina.
Rogers Jarbas chegou a ser afastado de suas funções de secretário na época, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações. Depois, foi preso sob suspeita de tentar gravar o desembargador Orlando Perri para tentar causar uma suspeição do magistrado nas investigações.